Em nome do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), Tereza Cristina Correa da Costa Dias, encaminha carta ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Reinhold Stephanes, repudiando intenção Governo Federal de alterar índices de produtividade das propriedades rurais brasileiras. A carta, assinada pela nova diretória do órgão e por todos os secretários presentes, é a primeira ação da secretária de Produção e Turismo (Seprotur), à frente do conselho.
A carta foi debatida nesta sexta-feira (28), durante reunião em Goiânia, onde foi eleita e empossada a nova diretoria, na qual, tem como presidente pela primeira vez um sul-mato-grossense. Tereza também é atualmente a única mulher a ocupar o cargo de secretário estadual de agricultura.
Segundo Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, o assunto foi aclamado por todos os secretários como a reivindicação mais sensível e estratégica ao setor. Ela acredita que o governo precisa entender que a agropecuária brasileira vem no decorrer dos últimos anos sendo minada por instabilidades climáticas e financeiras, o que, impediriam investimentos pontuais na melhoria tecnológica.
“Repudiamos a intenção do governo Federal, não podemos usar estes índices como critério para a desapropriação de terras para reforma agrária, isto não condiz como nossa realidade, muito menos com o cenário internacional”, declarou.
De acordo com texto da carta, o setor vive um momento em que há, “em todo o mundo”, uma forte desaceleração dos preços dos produtos agrícolas e dos processos produtivos.
“Existe, entre os Secretários Estaduais de Agricultura, o apoio ao Programa de Reforma Agrária no País, porém nos surpreende a incongruência da proposta e o simplismo do critério adotado: índice de produtividade não pode ser o único critério para aferir a eficiência de uma propriedade”, afirma o documento.
O Conseagri espera que o documento de Goiânia, dê força ao Ministro, que já se questionou a alteração dos índices de produtividade das propriedades rurais brasileiras. Tereza explica que o fórum propõe uma discussão mais ampla sobre o assunto. “Queremos a adoção de melhores e mais amplos indicadores técnicos para desapropriação de propriedades rurais no País”, conclui.