Logo após o término do processo eleitoral que elegeu o presidente eleito da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), Humberto Pereira, o governador André Puccinelli revelou aos prefeitos recém empossados que na véspera de Natal a Justiça mandou seqüestrar R$ 380 milhões dos cofres estaduais para pagar dívida com a empresa Camargo Corrêa, feita em 1992.
De acordo com Puccinelli, o dinheiro apreendido seria para pagar a pavimentação da rodovia que liga Ribas do Rio Pardo a Água Clara e também o asfalto que liga o município de Bodoquena a uma fábrica. No dia 26 de dezembro, o governo estadual pressionou as autoridades para que o dinheiro fosse devolvido porque bloquearam verbas de fundos específicos e repasses que, pela Constituição, não podem ser bloqueados.
No dia 26 de dezembro, Mato Grosso do Sul conseguiu na Justiça a reintegração da verba aos cofres estaduais. Do total retirado, voltaram cerca de R$ 200 milhões no dia 30. Mas o depósito dos R$ 180 milhões restantes só foi feito no último dia 5 (segunda-feira). Apesar da agilidade do Executivo em perceber a manobra feita no feriado, o governo, segundo Puccinelli se sentiu prejudicado. “ Para bloquear a grana eles foram rápidos, demorou menos de um dia; já a devolução integral só foi feita dez dias depois,”afimou.
O governador disse ainda que a empresa exige R$ 512 milhões para o pagamento da dívida mas, o incontroverso (valor reconhecido pela governo e analisado pela justiça) é de pouco mais de R$ 100 milhões. Há uma briga judicial entre o Estado e a empresa Camargo Corrêa para resolver a questão. (Notícias MS)