Carros, fazenda e empresas de Sizuo Uemura estão liberados por ordem do desembargador Miguel Abss Duarte, da Seção Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Os bens estavam bloqueados desde setembro. Estima-se que o valor montante é de R$ 20 milhões. Uemura é dono de diversas funerárias e do Hospital da Mulher de Dourados. Ele e outras pessoas da família tiveram os nomes envolvidos na Operação Owari, deflagrada em junho pela Polícia Federal (PF), visando acabar com suposta quadrilha que seria especializada em fraude no sistema licitatório da área de Saúde de alguns municípios do Estado.
Quem havia determinado o bloqueio dos bens é a 1ª Vara Criminal de Dourados, em 19 de setembro de 2009, atendendo pedido de sequestro da juíza Dileta Terezinha Souza Thomaz, do Ministério Público do Estado (MPE). Mas, a decisão da Capital, tomada na quarta (20), concedeu quatro mandados de segurança.
Mas, Uemura não pode transferir ou vender os bens liberados: Pax Primavera Serviços Póstumos Ltda., Imobiliária Dinho, Swa Assessoria Empresarial e Sir Factoring Fomento Mercantil (cujo dono nominalmente é Uemura); Prestadora de Serviços de Publicidade e Propaganda Santa Rosa (em nome de Anary Eiko Tsumori Uemura); Hospital e Maternidade Santa Rosa e Pax Serviço Póstumos São Francisco de Assis (de Eduardo Takashi); e Lojas Maisa (de Maíza Harumi Uemura).
O caso Owari
A Operação Owari (fim da linha do japonês para o português) arrolou o nome de diversos empresários e políticos de Dourados e Ponta Porã. O prefeito Ari Artuzi, de Dourados, exonerou várias pessoas de sua confiança que foram presas pela PF. No total, 42 pessoas foram presas, mas, libertas poucos dias depois.
Em novembro, até mesmo Artuzi teve seu sigilo bancário e telefônico quebrados pelo TJ-MS após solicitação do procurador-geral de Justiça de Mato Grosso do Sul e presidente do MPE, Miguel Vieira da Silva. O caso, até hoje, corre em segredo de justiça.
Para tratar especialmente dos políticos que haviam supostamente se envolvido no esquema que existe segundo a PF, a Polícia deflagrou mais uma ação, batizada de Brothers (irmãos, do inglês para o português).
Ninguém foi julgado ainda. Ontem (22), foi divulgado pelo MPE que agora, as responsabilidades, desde então, da Polícia Federal (PF), ficam por conta também do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao MPE.
Em resolução publicada no Diário Oficial de Justiça de ontem, o procurador adjunto convoca os promotores do Luis Alberto Safraider, Jiskia Sandri Trenti, Ricardo Rotunno e Luciano Alechini Lara Leite, do Gaeco, para atuarem no caso.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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