Com os resultados positivos na economia do país, a busca por melhores condições de trabalho tem motivado o aumento das demissões voluntárias entre os jovens este ano
As tendências atuais apontam para um cenário econômico mais aquecido no Brasil. O aumento da oferta de empregos também se reflete na busca dos profissionais por melhores condições no mercado de trabalho.
Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que, em 2024, houve mais de 6,5 milhões de pedidos voluntários de demissão. Desses, 30% são de jovens que, segundo os dados, buscam uma mudança de carreira ou empreender.
Para as empresas, no entanto, esse movimento pode dificultar o controle do turnover, termo que se refere à taxa de rotatividade de funcionários dentro de uma empresa.
Entre todas as idades: Brasil é o país com o maior turnover do mundo!
O turnover é um índice calculado a partir da comparação entre o número de profissionais que deixam a empresa e os que são contratados em um período.
Segundo uma pesquisa da Robert Half, o Brasil tem o maior turnover do mundo, com um aumento de 56% nos últimos anos. O tipo que mais preocupa as empresas é o disfuncional, ou seja, quando funcionários de alto nível pedem demissão de forma voluntária.
Para entender como calcular o turnover, a empresa deve somar o número de contratados e demitidos, dividindo o total por 2. Em seguida, esse valor é dividido pela quantidade total de funcionários e multiplicado por 100 para chegar à porcentagem.
Motivos e fatores para o aumento da demissão voluntária entre jovens
Quando o número de empregos disponíveis aumenta, os funcionários ganham mais liberdade para escolher o que é melhor no mercado. Ou seja, empresas com poucos benefícios e um ambiente ruim acabam ficando para trás ao contratar e reter talentos.
Além disso, existem outras causas para demissão voluntária de jovens, como:
● Ambientes de trabalho tóxicos:
Tratamentos diferenciados, conflitos constantes e a falta de um ambiente saudável desmotivam os funcionários, que buscam locais mais acolhedores e produtivos.
● Falta de planos de carreira e reconhecimento:
Jovens profissionais priorizam empresas que oferecem oportunidades de crescimento e gratificações. Sem esses incentivos, a adaptação ao ambiente corporativo se torna mais difícil.
● Desgaste físico e emocional:
Rotinas de trabalho sobrecarregadas, tanto física quanto emocionalmente, levam muitos a procurar empregos mais flexíveis e equilibrados.
● Remuneração e benefícios insatisfatórios:
Salários abaixo da média de mercado, combinados com pacotes de benefícios pouco atrativos, contribuem para o aumento das demissões voluntárias.
Com a geração Z assumindo uma presença cada vez mais expressiva no mercado de trabalho, as empresas enfrentam o desafio de se adaptar a uma realidade onde benefícios atrativos, planos de carreira e ambientes saudáveis não são apenas diferenciais, mas condições essenciais para reter talentos e garantir competitividade no futuro.