Mais Amor, nem é favor...

Vivianne Nunes

Zé, o Rupio

O Zé é um sujeito de sorte. Até pouco tempo atrás, andava perdido por aí. Era só um menino com fome, sede, sem família. Magrinho como poucos caras que já vi. Mal podia parar em pé.

Quando apareceu na varanda de casa, judiado e mal trapilho, ganhou o apelido de Rupio.

Era uma noite fria. Eu estava de plantão no serviço quando recebi o telefonema do meu filho mais velho, dizendo que havia recolhido esse cara.

Na hora fiquei muito preocupada e quando voltei pra casa, lá estava a criatura.

Era feio de dar arrepio. Daí o apelido, Rupio. Piadas internas que só a gente entendia em casa.

Aos poucos, foi ficando. A intenção era só abrigar, acolher, mostrar pra ele que era forte, mais forte que a maldade da pessoa que havia lhe cortado os bigodes.

Hoje, totalmente ambientado, ele é parte da nossa família. Rebatizado de Zé, José Arrepio, por favor, ele está muito bonito e forte. Bem alimentado. Tem camas a escolher, irmãos, pais.

E no final das contas, aquele gatinho Rupio, veio somar em alegria com a nossa família e alimentar em nós a necessidade de amar e ser amado, de dar amor sem ter que pedir por favor.

É um loirinho dos olhos verdes que ganhou nossos corações com sua braveza em busca de vida e amor.

Zé tem um irmão mais velho e uma irmã da mesma idade.

O Rengaer tem quase dois anos e a Ravena? Ah, um dia venho contar a história da princesa que divide sofás e cama com o Zé.

Mais amor ...
Isso não é favor!