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Saúde Segunda-feira, 25 de Janeiro de 2010, 12:15 - A | A

Segunda-feira, 25 de Janeiro de 2010, 12h:15 - A | A

Nelsinho dobrará quantia de guardas municipais e pedirá postos da PM para garantir segurança em UPAs

Marcelo Eduardo - Capital News

O prefeito da Capital, Nelson Trad Filho (PMDB), afirmou que cobrará do governo do Estado instalação e efetivação de postos da Polícia Militar (PM) nas Unidades Pré-Hospitalares Avançadas (UPAs) da cidade e dobrará o número de guardas municipais nas unidades. A decisão foi tomada após cerca de uma hora de reunião na manhã desta segunda (25), na unidade da Vila Almeida, palco de invasão e agressão a funcionários ocorridas na quinta (21).

Conforme Nelsinho, existe uma determinação do Ministério da Saúde que ordena a presença de policiais nos estabelecimentos deste tipo. Existe está portaria do ministério e eu vou levar ao governador para que coloque nas UPAs. E que, nos outros 7 postos 24 horas, a PM faça rondas constantes no entorno.”

“Vou dobrar o número de guardas municipais em cada um dos postos”, disse Nelsinho. Hoje, atuam dois em cada um.

Já foram contratados, após concursos, 500 servidores para a Guarda Municipal e mais 200 deverão ser chamados para reforçar a segurança, disse.

Nelsinho lembrou do Carnaval. Para ele, este período merece maior cuidado por parte da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp). “Assim como no Natal, em que deve existir um maior policiamento, no Carnaval também”, enfatizou.

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Nelsinho e representantes dos setores de saúde e segurança pública se reuniram na UPA para estudar medidas
Foto: Deurico/Capital News

Contratação de mais funcionários na área de saúde

Nelsinho e o secretário municipal de Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) são um tanto im precisos nas informações obre contratações.

Mandetta chegou a dizer que não haveria concurso ou contratação. Já Nelsinho, após sair da reunião antes do fim, disse que chamará mais profissionais. “Vamos chamar até o ultimo aprovado no concurso de 2009. Já instrui o secretário para fazer isso. Depois, vamos convocar mais. Isso, sem necessidade de concurso porque é emergencial”, justificou.

Porém, mais imprecisão quanto à quantidade. “O quanto for necessário. Vamos fazer levantamento com a secretaria e ver o quanto é preciso”, limitou-se Nelsinho.

As medidas de Nelsinho são insuficientes para o representante do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sindmed-MS), João Batista Medeiros. Ele esteve presente na reunião, realizada na própria UPA da Vila Almeida.

“São necessários ao menos 30 a 40 médicos clínicos e ao menos 30 a 40 médicos pediatras para solucionar o déficit que existe na Capital”, disse. Para ele, a Prefeitura paga pouco e muitos profissionais estão migraram para o setor privado. Com relação aos pediatras, ele diz que o problema é ainda mais complicado.

Espera

Para Nelsinho, existe “impaciência” na população que procura atendimento médico. “Hoje, até em uma clínica particular você tem um tempo de espera. O que eu vejo é uma impaciência e não é assim que se resolvem as coisas”, disse.

A dona-de-casa Rosemara Araújo, de 42 anos, mora na Coophatrabalho, e foi no sábado à tarde tentar ser consultada na UPA da Vila Almeida. Ela chegou reclamando de fortes dores nas costas e de cabeça. “Demorei três horas para ser atendida. Fiquei internada algum tempo tomando soro, mas não adiantou. Voltei e não me atenderam. Agora, estou aqui há duas horas [conversamos por volta das 10h].”

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Rosemara Araújo espera há duas horas por atendimento; reclama de "muita dor na cabeça e em todo o corpo"
Foto: Deurico/Capital News

Ela estava em pé, pois as cadeiras estavam todas ocupadas. “Estou com muita dor de cabeça, na nuca, e muita dor no corpo. Não sei se estou com dengue. Mas, nem isso eles falam. Perguntam quando vão me atender, dizem: ‘Senta aí moça, daqui duas horas o médico te atende.’ Mas, nem me disseram o que eu tenho da outra vez e piorou.”

Rosemara reclama da falta de médicos. “De que adianta fazer um posto deste tamanho, bonito, se não tem médico para atender? Só tem belezura só, mas não serve.”

Ela ainda conta um outro momento de fúria que seria provocado pela demora de atendimento. “Um homem chutou a porta após ficar mais de duas horas esperando o filho pequeno ser atendido e não foi”, no sábado, primeiro dia em que foi lá.

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UPA da Vila Almeida tem sala especial para a PM, mas desativada; segundo Nelsinho, presença é ordenada pelo Ministério da Saúde
Foto: Deurico/Capital News


Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

 

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