Novamente contratos de gestão pública no Mato Grosso do Sul com empresas do ramo de informática volta a ser tema de investigação do MPE-MS (Ministério Público Estadual). Agora com a “Operação Antivírus”, deflagrada nesta terça-feira (29), o alvo é um possível mega esquema de corrupção entre o Governo do Estado e fornecedores do setor de T.I. (Tecnologia da Informação) com mecânica parecida com o que já foi levantado na Operação Lama Asfáltica. Das três prisões temporárias expedidas, uma delas é do ex-deputado Ary Rigo, que está entre os investigados por ser amigo do dono da Digix, nome atual da Digitho, que cruzou governos de Zeca do PT e André Puccinelli no Estado.
“O meu cliente ainda não prestou o depoimento e pode ser liberado depois de falar no Gaeco. A prisão foi emitida para a garantia desse procedimento e os advogados ainda estão se interando do que envolve a suspeita levantada pelo Ministério Público Estadual. O Rigo não possui qualquer sociedade com a Digitho, e apenas guarda uma relação de amizade com o proprietário da empresa”, disse o advogado de Ary Rigo, Carlos Marques, alegando que por ora o que vincula o ex-parlamentar na operação é o vínculo dele com Jonas Schimidt Das Neves, dono da Digix, novo branding da Digitho.
Ainda quando tinha o nome antigo a Digitho movimentou cerca de R$ 235 milhões em contratos com o Executivo Estadual, quando deu um salto de atendimento a gestão pública. As primeiras licitações vieram ainda no ciclo de Zeca do PT no Governo de Mato Grosso do Sul, mas com números menos vultuosos. Criada para atender o mercado com soluções em Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não-customizáveis, a empresa possui um capital social de R$ 6,4 milhões.
Diretor do Detran, empresário, ex-deputado e servidor na lista de presos
Além de Ary Rigo, Jonas Schimidt Das Neves, foi outro detido na operação, assim como o Diretor-presidente do Detran-MS, Gerson Claro. A lista das prisões preventivas e das temporárias inclui ainda o diretor-ajunto, Donizete Aparecido da Silva, o diretor de T.I. da autarquia, Gerson Tomi, o responsável pela chefia da Execução Orçamentária do Detran-MS, Érico Mendonça e o diretor de administração e finanças, Celso Braz.
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Também é investigado pelo Ministério Público Estadual o servidor Luiz Alberto Oliveira Azevedo, da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), outro órgão que a Digitho já venceu licitações milionárias. A amostragem que a Operação Antivírus trabalha é a de contratos com início em 2015, ano que a empresa de Jonas Schimidt Das Neves venceu concorrência para a Sefaz por recompensa de R$ 48 milhões.
Até o fechamento desse material o MPE-MS informou que as apurações da Antivírus correm em sigilo e que para não prejudicar os trabalhos de investigação não seria divulgados os detalhamentos de que contratos especificamente estariam levantando suspeitas de focos de corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha.