Com a morte do papa Francisco, na última segunda-feira (21), os 252 cardeais do Colégio Cardinalício têm a missão de eleger o novo líder da Igreja Católica. O processo começa após o período de luto de nove dias, quando o Vaticano convoca os cardeais para se reunir na Casa Santa Marta, onde Jorge Mario Bergoglio viveu ao renunciar ao apartamento papal.
Antes da votação, ocorrem reuniões gerais entre os cardeais, onde discutem os desafios enfrentados pela Igreja. A partir daí, começam a definir perfis adequados para assumir o cargo de papa. A votação propriamente dita ocorre na Capela Sistina, onde apenas cardeais com menos de 80 anos participam. O número máximo de cardeais eleitores é de 120, mas atualmente há 135 com direito a voto.
O processo de escolha envolve várias votações, sendo a primeira realizada após a missa na Basílica de São Pedro, presidida pelo decano do Colégio Cardinalício. Caso um cardeal receba a maioria qualificada dos votos, a fumaça branca é liberada, anunciando a eleição de um novo papa. Caso contrário, a fumaça permanece preta, indicando que a eleição ainda está em andamento.
O Brasil conta com oito cardeais no Colégio Cardinalício, sendo que sete deles têm direito a voto. O arcebispo emérito de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, é o único cardeal brasileiro sem direito a voto devido à sua idade de 87 anos. Os cardeais brasileiros que votarão são: João Braz de Aviz, Odilo Scherer, Leonardo Ulrich Steiner, Orani Tempesta, Sérgio da Rocha, Jaime Spengler e Paulo Cezar Costa.
Dom Raymundo Damasceno destacou que a escolha do novo papa é uma decisão espiritual, não política, orientada pela fé e oração. Ele ressaltou que, entre os cardeais eleitores, 80% foram nomeados por Francisco, refletindo a diversidade de perspectivas de diferentes regiões do mundo, incluindo as periferias.