Campo Grande (MS) – Em Mato Grosso do Sul existem aproximadamente 290 renais crônicos na fila de espera para transplante. Ano passado, 49 pacientes conseguiram realizar o transplante de rim com o apoio e orientação da Central de Transplantes do Estado.
Também em 2007 o governo estadual investiu um valor superior a R$ 3,6 milhões na dispensação de medicamentos aos renais crônicos e mais R$ 5,3 milhões para os transplantados, ambos atendidos pela Casa de Saúde. Em média são atendidos 789 pacientes renais e 280 trasplantados ao mês pelo órgão.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), no Estado existem 11 unidades de referência – parceiras da secretaria – para atender os renais crônicos no tratamento com a hemodiálise. Essas unidades estão distribuídas nos municípios de Campo Grande (Santa Casa, hospitais Regional e Universitário, Pro-renal, Renal Med, Med Rim – serviços médicos, Serviços Médicos do Instituto de Nefrologia); Paranaíba (Inepar – Instituto de Nefrologia de Paranaíba); Dourados (Hospital Evangélico); Três Lagoas (Hospital Nossa Senhora Auxiliadora) e Ponta Porã (Clínica do Rim de Ponta Porã).
No Brasil são dois milhões de pessoas com a doença renal crônica, destas 95 mil dependem da hemodiálise para sobreviver.
A doença renal é um conjunto de outras doenças que têm uma tendência a progredir para a perda completa da função dos rins. Os rins têm várias funções; a de filtrar o sangue e remover as impurezas do organismo podem ser consideradas como as mais importantes. Além disso, eles regulam a pressão arterial e a quantidade de sal e de água no corpo; eliminam toxinas ou medicamentos que foram ingeridos em excesso e produzem hormônios importantes para evitar anemia e doenças ósseas.
Quando os rins perdem a capacidade de exercer suas funções, a pessoa doente fica dependente do tratamento de hemodiálise ou precisa esperar até que possa fazer um transplante de rim. A hemodiálise é feita com a ajuda de um dialisador (filtro), que faz o que os rins não conseguem fazer, como filtrar o sangue e remover as impurezas.
A doença renal crônica tem cura se diagnosticada ainda no início, podendo ser tratada com remédios e uma dieta especial para cada paciente.
Os renais crônicos do Estado contam com a Associação Beneficente dos Renais Crônicos de Mato Grosso do Sul (Abrec) – entidade filantrópica sem fins lucrativos que busca melhorar a qualidade de vida destas pessoas enquanto aguardam um transplante de rim. A Abrec atende em média 600 pacientes, sendo que 90% deles são considerados de baixa renda.
Entre os benefícios oferecidos pela associação aos pacientes, estão: a distribuição de cestas básicas, medicamentos, suporte social e atendimento com profissionais de diversas áreas médicas, além de psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e nutricionistas. Por meio de convênio, esses profissionais são cedidos pelo governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Saúde, que também destina recursos para a compra de medicamentos e materiais de consumo.
Além da assistência aos pacientes, a entidade presta um trabalho social com suas famílias já que, em conseqüência da hemodiálise - realizada três vezes por semana durante quatro horas por dia -, o paciente tem as atividades limitadas em decorrência do tempo e das reações colaterais da terapia.
Em 2007 a associação inaugurou a nova sede. A construção da obra aconteceu devido à parceria entre o governo do Estado, a Prefeitura de Campo Grande e empresas privadas. O novo espaço, mais moderno e estruturado, atende pacientes de todo o Estado. A estrutura é composta por sala para armazenagem de medicamentos; almoxarifado para roupas, objetos doados e cestas-básicas; área de descanso para pacientes; salas de atendimento individual com psicóloga, nutricionista e assistente social; salão para eventos e terapia em grupo. (Da Assessoria)