A concessão da hidrovia do Rio Paraguai tem o potencial de aprimorar a movimentação de cargas, aumentar a eficiência logística e garantir maior controle ambiental do Pantanal. Este processo é fundamental para garantir o desenvolvimento econômico e social sustentável de Mato Grosso do Sul. As declarações foram feitas pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, que participou de uma audiência pública em Brasília, realizada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), para discutir a modelagem e aprimoramento da concessão.
A Hidrovia do Rio Paraguai, que abrange um trecho de 600 km entre Corumbá e a Foz do Rio Apa, em Porto Murtinho, será a primeira concessão hidroviária do Brasil, representando um marco importante para o setor. A licitação garantirá ganhos logísticos significativos, com a redução das emissões de gases de efeito estufa e o aprimoramento da infraestrutura necessária para a navegação segura. Nos primeiros cinco anos da concessão, serão realizados serviços essenciais, como dragagem, balizamento e sinalização, além da construção de galpões industriais e melhorias nas travessias e pontos de desmembramento de comboios.
O secretário Jaime Verruck enfatizou que a concessão trará benefícios significativos, mas com total responsabilidade ambiental. Ele destacou que 40% do investimento será destinado ao monitoramento ambiental do processo, com a instalação de sistemas de monitoramento online para acompanhar a operação das embarcações. A hidrovia percorrerá toda a área do Pantanal, mas Verruck acredita que os impactos ambientais serão mínimos, já que a intervenção será de baixo impacto, com a realização de estudos de impacto ambiental e consultas às comunidades locais.
Durante a audiência pública, que contou com grande participação presencial e online de operadores portuários e representantes da sociedade civil, o secretário ressaltou a importância da hidrovia para a integração logística de Mato Grosso do Sul, especialmente em relação à Bolívia. A dragagem do Canal do Tamengo, por exemplo, terá um impacto direto na economia boliviana, ampliando o acesso ao comércio internacional.
Agora, o processo entra em fase de consulta pública, e Verruck considera esse momento crucial para o futuro logístico do Estado. Ele finalizou dizendo que o projeto da hidrovia é um passo importante para a integração entre os modais de transporte ferroviário, rodoviário e hidroviário, oferecendo um canal mais competitivo e sustentável para o desenvolvimento da região.