A modernização da Malha Oeste e a autorização para construção de um novo trecho ferroviário em Mato Grosso do Sul foram debatidas em um encontro entre representantes do governo estadual e do Ministério dos Transportes, realizado em Brasília (DF). A reunião contou com a participação do secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia), além de integrantes do governo federal e do setor logístico.
Um dos principais temas discutidos foi a implantação de um trecho ferroviário de 47 quilômetros, que conectará o Projeto Sucuriú da Arauco à Malha Oeste. O processo de autorização está sob análise da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e já foi encaminhado ao Ministério da Infraestrutura e à Secretaria de Portos. A expectativa é que a autorização oficial seja publicada até o final de março.
O secretário Jaime Verruck ressaltou que a Arauco pretende iniciar as obras da ferrovia em setembro deste ano. “Dentro desse cronograma, a Arauco tem uma sinalização de iniciar essa obra em setembro. Teremos a primeira autorização de uma ferrovia shortline, ligando a indústria à Malha Norte, permitindo futuramente a exportação de celulose”, afirmou. O investimento na unidade da Arauco é de US$ 4,6 bilhões, reforçando a relevância do projeto para a economia estadual.
Esse novo trecho pode se tornar a primeira shortline do Brasil, autorizada após a regulamentação do marco legal das ferrovias. “Provavelmente, consolidando-se como a primeira autorização ferroviária do Brasil após a nova regulamentação”, enfatizou Verruck.
Além disso, o encontro tratou da revitalização da Malha Oeste, com planos para recapacitação do trecho entre Corumbá (MS) e Porto Esperança (MS), rebitolagem da linha entre Campo Grande (MS), Ribas do Rio Pardo (MS) e Três Lagoas (MS), além da construção de um novo trecho ferroviário ligando Três Lagoas (MS) a Aparecida do Taboado (MS), integrando-se à operação da Suzano. O projeto está sob análise do TCU (Tribunal de Contas da União), e, se aprovado, os investimentos devem começar no segundo semestre de 2025, com previsão de conclusão em 2026.
Para Verruck, a expansão da infraestrutura ferroviária é essencial para o desenvolvimento econômico do Estado, especialmente nos setores de celulose e biocombustíveis. “Temos que garantir a competitividade de MS e o transporte ferroviário é um elemento estratégico dentro dessa perspectiva. O fortalecimento das ferrovias vai contribuir para melhorar o escoamento da produção até o Porto de Santos (SP), impulsionando a logística e a economia regional”, finalizou.