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Meio Ambiente Quarta-feira, 20 de Março de 2024, 15:54 - A | A

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Clima

Outono de Mato Grosso do Sul será marcado por estiagem

Alerta para incêndios florestais é intensificado

Mariana Piell
Capital News

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de clima seco, sol, agua de coco

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O outono, que iniciou nesta quarta-feira (20), terá continuidade da estiagem em Mato Grosso do Sul. Entre abril e junho, as chuvas devem ser entre 40% e 60% menos ocorrentes do que a média histórica.

De acordo com análise do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), durante o outono, devem haver ainda menos chuvas que no verão. O cenário intensifica o alerta para possíveis ocorrências de incêndios florestais, especialmente no Pantanal. Desde novembro de 2023, o bioma registra chuvas abaixo das médias históricas, situação que contribuiu para registros de incêndios em novembro, dezembro e janeiro. Normalmente, não ocorrem incêndios nesse período por conta das chuvas intensas, características do verão.

Segundo o Cemtec, as temperaturas devem ficar entre 70% e 100% acima do normal para o período durante o outono. Os dados apontaram ainda que, no mês de fevereiro deste ano, as temperaturas máximas do ar ficaram entre 37°C e 40°C, evidenciando um verão mais quente que o normal.

O clima destoante da normalidade, de tendência de chuvas abaixo da média e temperatura do ar acima da média histórica, está relacionado ao fenômeno El Niño, que deverá apresentar um enfraquecimento gradual nos próximos meses. As projeções de clima indicam uma transição para condição de neutralidade no próximo trimestre. Já no segundo semestre do ano, deve ocorrer a La Niña, fenômeno oposto ao El Niño, no qual ocorre resfriamento das águas do Oceano Pacífico.

No dia 26 de fevereiro, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) confirmou que a Bacia do Rio Paraguai enfrenta seca em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Bruno Rezende/Portal MS

Outono de Mato Grosso do Sul será marcado por estiagem

Pantanal

O superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, explicou sobre o avanço e agravamento da seca. “O período chuvoso na região do alto Paraguai, no Pantanal, se estende de outubro a abril ou maio. O que temos observado até agora é uma fraca recuperação dos rios, com registros dos níveis próximos aos mínimos históricos. No monitor de seca percebe-se que todo o estado do Mato Grosso se encontra em estágio de seca. Já no Mato Grosso do Sul houve um avanço da seca moderada no centro e noroeste do estado, houve agravamento da seca”, relatou

Para coordenar as ações de monitoramento e gestão a fim de mitigar os efeitos da seca, o o, inclusive Cemtec e Comitê do Fogo, elaboram um plano de ação que deverá ser colocado em prática nos próximos meses.

A meteorologista Marília Nascimento, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que faz parte de um grupo formado por representantes de agências da União e do Estado, explicou sobre o cenário climático. “A atual situação já foi classificada como forte e teve a temperatura elevada entre 3°C e 4°C na região (por conta do El Niño, que provoca o aumento da temperatura). Agora a classificação é moderada a forte, com anomalia de temperaturas mais aquecidas. Até abril, deve persistir, e passar para neutralidade até junho”, esclareceu.

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