Adesão à greve nacional contra as reformas trabalhista e previdenciária, propostas pelo presidente em exercício Michel Temer, fez com que terminais de ônibus amanhecessem fechados na manhã desta sexta-feira (28), em Campo Grande. Quem depende do transporte público para ir trabalhar está enfrentando dificuldades.
No Terminal Bandeirantes, região sudoeste da cidade, quase nenhuma movimentação. Poucas pessoas aguardam o retorno dos coletivos. Entre elas, a profissional da limpeza, Jediane Silva de Souza, de 33 anos, que mora no Jardim Noroeste, mas passou à noite na casa de uma amiga para ficar mais fácil de ir trabalhar. Mesmo assim, não conseguiu coletivo para chegar serviço.
“Entro 8 horas e, desde a hora que eu cheguei, nenhum ônibus passou por aqui. Moro lá no noroeste, mas eu vim dormir na casa de uma amiga para ficar mais perto, mas não adiantou nada. Agente fica sem saber o que fazer, com pés e mãos atadas”, relatou Jediane.
Apesar do imprevisto, os trabalhadores afirmam ser a favor da paralisação. “Se a gente não lutar contra os nossos direitos, quem vai?”, relata Pedro Augusto Camargo, de 27 anos.
Na empresa onde Lucas Alves Pereira, de 25 anos, trabalha, o supervisor foi quem saiu mais cedo de casa para poder buscar alguns funcionários. “Gostei da iniciativa da empresa, não é fácil ter que tirar do bolso para pagar um mototaxi, taxi ou até mesmo Uber. Pagar para poder trabalhar? Se eles não tivessem buscado a gente, teria sido complicado trabalhar”.
Greve
Convocada por centrais sindicais e movimentos sociais, a greve geral marcada para esta sexta-feira (28) em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso Nacional, e a Lei da Terceirização deve ter a adesão de diversas categorias profissionais, que realizaram assembleias nos últimos dias e decidiram pela paralisação em várias cidades do país. A maioria atua nos serviços de transporte coletivo, aeroportos e escolas.
A greve de um dia foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Intersindical, Central e Sindical Popular (CSP/Conlutas), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Nova Central, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
- Saiba mais
- Rodovias do Estado são liberadas após protestos
- Com início de greve, Agetran prepara interdições em trechos de Campo Grande
- Câmara dos Deputados deve votar reforma trabalhista nesta quarta-feira
- Rodovias de Mato Grosso do Sul são bloqueadas por manifestantes
- Ônibus, bancos e escolas participam de greve nacional
- Greve interrompe serviços e trabalhadores protestam contra reformas
- Vereadores mostram indignação e protestam contra reformas em Campo Grande
- Transporte coletivo opera normalmente e professores aderem greve em Corumbá
- Agetran irá liberar faixas exclusivas durante greve de ônibus
- Força Tática e seguranças evitam fechamento de “banco” cooperativa em Dourados
- Bancos aderem a paralisação desta sexta-feira em Dourados
- Após adesão da Polícia Civil, greve suspende atendimento ao público em delegacias
- Sindicalistas fazem manifesto em praça central de Três Lagoas
- Protesto contra reforma promete parar escolas, ônibus e bancos em MS
- Comerciantes reclamam que protesto atrapalha as vendas no centro
- Trabalhadores da construção civil irão aderir à greve nacional
- Ônibus voltam a circular e serviço deve ser normalizado ao longo do dia