Cinco anos após a última epidemia de dengue, Campo Grande apresenta uma das menores incidências da doença em Mato Grosso do Sul. Apesar da reintrodução do sorotipo 3 do vírus, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) adota cautela ao avaliar a situação. Dados recentes mostram que a capital tem um dos menores índices de notificações do estado, ficando atrás apenas de Juti, Taquarussu e Novo Horizonte do Sul.
Até o momento, foram registrados 631 casos prováveis na capital, mantendo a incidência baixa. A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo, atribui esse cenário a diversas ações, como o método Wolbachia, que libera mosquitos Aedes aegypti modificados para impedir a transmissão da dengue. Além disso, a intensificação das visitas domiciliares, o uso de fumacê e o trabalho de conscientização também contribuem para a redução dos casos.
Outro fator que influencia a baixa proliferação do mosquito é a seca. Em 2023, Campo Grande registrou o verão mais seco desde 1981, e neste ano o índice de chuvas segue abaixo da média. A última epidemia na capital foi decretada em 2020, com mais de 20 mil casos notificados, número inferior ao de 2019, quando houve 44,9 mil registros. Desde então, medidas preventivas vêm sendo adotadas para evitar novos surtos.
Enquanto Campo Grande mantém o controle da doença, 20 municípios de Mato Grosso do Sul enfrentam alta incidência de dengue, com destaque para Jateí, Selvíria e Japorã. No estado, já foram registradas 3,8 mil notificações, 1,2 mil confirmações e três mortes, todas de mulheres idosas. A Sesau segue monitorando a reintrodução do sorotipo 3 da dengue, que não circulava desde 2007 e pode representar risco de epidemia para a população mais jovem, que nunca teve contato com esse vírus.