Quando se fala em afogamento de crianças, é comum pensar em praias, rios, piscinas ou lagos. No entanto, baldes, bacias, banheiras e até chuveiros também representam perigo real. O alerta vem da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que aponta que, no Brasil, três crianças ou adolescentes morrem por afogamento todos os dias. A maioria dessas tragédias acontece pela falta de supervisão adequada, especialmente entre crianças de 1 a 4 anos, as mais vulneráveis.
No dia 14 de abril, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção ao Afogamento Infantil, criado com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos desse tipo de acidente. Especialistas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) aproveitam a data para reforçar a importância da prevenção e do socorro imediato às vítimas.
O médico pediatra Paulo Serra Baruki, chefe da Divisão Médica do Hospital Universitário da UFGD (HU-UFGD/Ebserh), explica por que os pequenos correm mais riscos:
“As crianças têm um comportamento naturalmente curioso, não compreendem os perigos da água, ainda estão em fase de desenvolvimento motor e apresentam características fisiológicas que as tornam mais suscetíveis. Por isso, é essencial que estejam sempre sob a vigilância de um adulto.”
Como prevenir o afogamento infantil
Nunca deixe a criança sozinha perto da água, nem por poucos segundos;
Esvazie baldes, bacias e piscinas infantis imediatamente após o uso;
Instale barreiras de proteção em piscinas e reservatórios;
Ensine a criança, desde cedo, a respeitar a água e os cuidados com ela;
Evite o uso exclusivo de boias ou dispositivos de flutuação como forma de proteção.
O que fazer em caso de afogamento
Retire a criança da água com rapidez e chame ajuda médica imediatamente;
Se a criança estiver inconsciente e sem respirar, inicie a reanimação cardiopulmonar (RCP), se souber como fazer;
Leve a vítima ao hospital mesmo que ela pareça estar bem — complicações podem surgir horas depois do acidente.
A principal mensagem deixada pelos especialistas é clara: prevenção salva vidas. E no caso de crianças pequenas, o melhor caminho é o olhar atento e constante de um adulto.
Em Mato Grosso do Sul
No mês passado, um menino de 1 ano e 11 meses morreu afogado em uma creche no Jardim Inápolis, em Campo Grande. De acordo com a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), a criança teria ficado sozinha por alguns instantes antes do acidente. A cuidadora informou à polícia que socorreu o menino imediatamente e, com a ajuda do marido, o levou até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A vítima chegou a ser atendida, mas não resistiu.