Após os funcionários da ALL (América Latina Logística) prometerem o começo de uma greve para 31 de agosto, a empresa emitiu nota oficial sobre a situação e afirma que o “processo de negociação está em andamento”.
Conforme nota, a ALL diz que “várias propostas” foram feitas, todavia, não há detalhamento delas.
A empresa reforça ainda que, “até o momento, não recebeu nenhuma contraproposta pelo sindicato”.
Em 2008, a ALL transportou para a região de Corumbá quase 1,5 milhões de toneladas, o equivalente a metade do transporte ferroviário de estado do Mato Grosso do Sul este ano, e três vezes mais que o volume de 2007.
A paralisação foi definida na manhã de ontem durante assembléia geral dos servidores. Também podem ocorrer prejuízos no abastecimento de combustível no Estado. A expectativa é que pelo menos dois mil trabalhadores cruzem os braços.
Os sindicalistas alegam que a decisão se deve a negociações frustradas para reposição salarial.
Confira a íntegra da nota divulgada à imprensa:
“Informação à Imprensa:
Em relação às informações repassadas pelo sindicato, a ALL, empresa que detém a concessão da ferrovia no Mato Grosso do Sul e outros cinco estados, esclarece:
O processo de negociação coletiva está em andamento, tendo sido apresentadas várias propostas para este e demais sindicatos das bases territoriais sob concessão da ALL. Vale ressaltar que a negociação coletiva com entidades dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, (que representam mais de 50% da base dos empregados da ALL) já foi finalizada, demonstrando que a proposta atende aos reais interesses da categoria.
A empresa reforça ainda que, até o momento, não recebeu nenhuma contraproposta pelo sindicato e ressalta que espera resolver o impasse pelas vias de negociação, uma vez que nos seus 13 anos de concessão, nunca houve histórico de greve.
SOBRE A ALL
A ALL – companhia brasileira, com sede em Curitiba – é hoje a maior empresa de logística com base ferroviária da América Latina. Possui uma malha de 21.300 mil quilômetros de extensão, que abrange os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, e nas regiões de Paso de Los Libres, Buenos Aires e Mendonza, na Argentina. Opera uma frota de 1.060 locomotivas, 31 mil vagões e 1.000 caminhões, entre próprios e agregados, atuando como operadora logística para segmentos agrícola e industrial em operações ferroviárias, rodoviárias dedicadas e intermodais. No Mato Grosso do Sul, são 900 quilômetros de ferrovia assumidos em maio de 2006, com a aquisição da Brasil Ferrovias e Novoeste Brasil.
O desafio da empresa, na época da aquisição, foi o de transformar uma ferrovia sucateada em uma operação eficiente e adequada às necessidades econômicas do Estado. Os investimentos da ALL para melhorar a produtividade e a segurança da operação ferroviária da região já ultrapassam R$ 150 milhões, voltados principalmente para a substituição de trilhos e dormentes, instalação de detectores de descarrilamento ao longo da malha e implantação de tecnologia de ponta, como os computadores de bordo instalados nas locomotivas para auxiliar os maquinistas na condução do trem.
O resultado desse investimento é um crescimento de 51% no volume transportado entre 2007 e 2008, além da redução de 183% no índice de acidentes ferroviários entre 2006 e 2008.
Em 2008, a ALL transportou para a região de Corumbá quase 1,5 milhões de toneladas, o equivalente a metade do transporte ferroviário de estado do Mato Grosso do Sul este ano, e três vezes mais que o volume de 2007. Entre os principais produtos escoados pela ferrovia, estão o minério de ferro, manganês, siderúrgico, contêineres para a Bolívia, soja, farelo e milho. Em MS, a ALL transporta ainda combustível, que atende o mercado interno.
Trem do Pantanal
A empresa também viabilizou a implantação de projetos especiais nos segmentos agrícola e industrial, junto a clientes como MRC e VCP. Em 2009, a ALL, através da parceria com o Governo do Estado e a Serra Verde Express, viabilizou o Trem do Pantanal. O investimento de R$18 milhões contemplou a troca 30 mil metros de trilhos, 120 mil dormentes e o retensionamento da linha em toda a extensão do trecho, além da reforma de locomotivas e de quatro dos vagões especiais de passageiros que serão utilizados no percurso.
Também foram aplicados aproximadamente 400 vagões de pedra britada para a fixação dos trilhos. Todas as pontes foram revisadas, com a substituição de dormentes comuns por peças maiores, com 2,80 metros de comprimento. Nos doze meses de duração da obra, trabalharam no trecho 400 pessoas, entre engenheiros, técnicos de via e equipes de apoio.”(Com coloboração de Alessandro Perin)
Por: Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)