A agricultura familiar de Mato Grosso do Sul iniciou um projeto inovador no Mercado de Carbono Neutro, permitindo que pequenos produtores recebam créditos de carbono. Utilizando o modelo de agrofloresta, que combina o cultivo de árvores e plantas agrícolas, cerca de 800 agricultores estão plantando 2.000 hectares de agrofloresta, com a previsão de conclusão em quatro anos.
Até janeiro de 2025, 95 produtores foram cadastrados, e 70 deles já receberam mudas para o plantio. O projeto, desenvolvido pela Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS) em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), tem como objetivo gerar renda aos agricultores familiares por meio da preservação e recuperação ambiental, contribuindo para a redução das emissões de carbono.
O projeto abrange os três principais biomas do estado – Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica – e visa diversificar a produção, promovendo práticas agroecológicas e a redução do uso de insumos químicos. Com o apoio da Semadesc e outras entidades, como a Agraer, o Mato Grosso do Sul se torna o primeiro estado do Brasil a implementar uma iniciativa como essa, colocando a agricultura familiar no centro das estratégias de sustentabilidade.
Em um evento realizado no assentamento Nazareth, em Sidrolândia, as primeiras mudas foram plantadas, simbolizando o início do programa Agroflorestar MS – Carbono Neutro. O governo estadual, em parceria com instituições financeiras e acadêmicas, busca replicar essa experiência em outros estados e levar a proposta para a COP 30, destacando a importância do projeto para as políticas de mudanças climáticas e redução de emissões de carbono.