O chefe de uma organização criminosa que operava em Bonito, um dos principais destinos turísticos de Mato Grosso do Sul, foi condenado a 27 anos de reclusão e 1.796 dias-multa, totalizando aproximadamente R$ 90,8 mil. A sentença foi proferida no último dia 17 de fevereiro de 2025, com base nas investigações da Operação Paraíso Marcado, conduzida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (GAECO).
A investigação revelou que o criminoso, irmão de um traficante influente nos anos 1990 assassinado em Amambai em 2008, assumiu o controle dos negócios ilícitos e expandiu sua atuação para Bonito. Nos últimos anos, a facção foi responsável pela distribuição de quase 3,5 toneladas de drogas, entre maconha e cocaína.
Outros envolvidos e apoio de policiais
Além do líder, três membros da organização criminosa também foram condenados, com penas que variam entre 5 e 24 anos e 6 meses de reclusão. A denúncia original envolvia 14 réus, incluindo um ex-vereador de Bonito, cujos processos foram desmembrados.
A investigação do GAECO/MPMS também apontou o envolvimento de policiais militares, que prestavam apoio ao grupo criminoso. Em setembro de 2024, quatro agentes foram condenados por colaborar com a organização.
Grupo criminoso se organizava pelo WhatsApp
A operação teve acesso a trocas de mensagens em aplicativos de celular, revelando a forma como os criminosos coordenavam suas atividades ilícitas. Ordens eram repassadas pelo líder via grupos de mensagens instantâneas, permitindo a movimentação de drogas e outros crimes.
A sentença marca um duro golpe no narcotráfico em Mato Grosso do Sul, especialmente em uma região de grande visibilidade turística. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e desmantelar possíveis ramificações da facção.