A gigante norte-americana Cargill finalizou a compra dos 50% restantes da SJC Bioenergia, tornando-se a única proprietária do negócio. A aquisição inclui duas usinas no estado de Mato Grosso do Sul, com capacidade para processar 9 milhões de toneladas de cana e 2 milhões de toneladas de milho. O valor do negócio não foi revelado, mas fontes próximas à negociação indicam que a transação tenha superado R$ 2,6 bilhões, incluindo dívidas.
Essa movimentação foi um desfecho inesperado após um longo processo que envolveu credores da antiga Usina São João, com quem a Cargill formou a joint venture que originou a SJC em 2011. Inicialmente, a Cargill não demonstrava interesse em adquirir a totalidade da operação, mas, após mudanças nas negociações, a companhia acabou utilizando seu direito de preferência e superou a proposta do fundo Mubadala Capital.
Com a compra, a Cargill passa a ter o controle total da SJC Bioenergia, um ativo avaliado em cerca de R$ 4,5 bilhões. Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil, ressaltou a importância da aquisição para a estratégia de crescimento da companhia no setor de energias renováveis, em um momento de recuperação do mercado sucroenergético. A transação ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A SJC Bioenergia, que inclui plantas em Goiás e Mato Grosso do Sul, produz açúcar, etanol e óleo de milho, além de investir em nutrição animal. Desde sua criação, em 2011, a SJC tem se expandido, e a Cargill, já com 50% do negócio, se torna agora a única dona. A movimentação reflete o crescente interesse pela produção de biocombustíveis no Brasil, que tem atraído mais investimentos e gerado novas perspectivas para o setor.
O controle total da Cargill sobre a SJC também pode ajudar a companhia a fortalecer sua presença no mercado de biocombustíveis, à medida que a produção de etanol no Brasil, proveniente tanto da cana quanto do milho, segue em crescimento. O setor de biocombustíveis está em expansão, com estimativas apontando um aumento de 3,8% ao ano na oferta de etanol até 2034.
