João Castro/Famasul
Suinocultura
O agronegócio de Mato Grosso do Sul começou o ano de 2024 com números expressivos em exportações, alcançando uma receita de US$ 624,8 milhões em janeiro, um aumento de 10,89% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho destaca a importância vital do setor para a economia do Estado, com uma participação de 91,95% nas exportações totais. Os dados foram divulgados pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) no último mês.
Dentre os produtos exportados, o complexo soja e o segmento sucroenergético apresentaram os maiores crescimentos. No entanto, as carnes, incluindo a suína, mostraram uma dinâmica mista, com um recuo de 3,5% na receita total das exportações de carnes, que ainda assim representou 19,5% do total das exportações do agronegócio sul-mato-grossense.
As exportações de carne suína in natura do Estado apresentaram uma receita de US$ 3,48 milhões e volume de 1,79 mil toneladas em janeiro de 2024. Apesar de uma queda de 16,7% na receita em comparação com janeiro de 2023, houve um aumento de 3,7% no volume exportado. Este desempenho coloca em perspectiva os desafios e oportunidades no mercado internacional para os produtores sul-mato-grossenses.
Hong Kong e Singapura emergiram como os principais destinos para a carne suína de Mato Grosso do Sul, representando 35,81% e 35,60% da receita total das exportações deste produto, respectivamente. Esta preferência ressalta a importância de diversificar os mercados e fortalecer as relações comerciais com estes países asiáticos.
João Castro/Famasul
Lenon Lovera, consultor técnico da Famasul
De acordo com o consultor técnico da Famasul, Lenon Lovera, os países citados são importantes parceiros comerciais. O mercado brasileiro está em constante evolução, adotando medidas de sustentabilidade do setor, ou seja, existe um olhar atento não só para as questões sanitárias na produção local, mas para questões ambientais e de bem-estar animal. A aplicação de medidas sustentáveis, segundo ele, além da retirada de vacinação contra febre aftosa em bovinos, podem ser fatores impulsionadores da exportação de Mato Grosso do Sul, não só para Singapura e Hong Kong, mas também para novos mercados do oriente.
O panorama das exportações de carne suína reflete tanto as dificuldades quanto os avanços no setor agrícola de Mato Grosso do Sul. Enquanto o Estado enfrenta o desafio de recuperar os níveis de receita com a venda de suínos in natura, a crescente demanda em mercados específicos como Hong Kong e Singapura oferece uma janela de oportunidade para aumentar o volume exportado e melhorar a competitividade internacional.
Com o agronegócio representando uma fatia significativa das exportações do Estado, é vital para Mato Grosso do Sul continuar investindo em qualidade, sanidade e sustentabilidade. Esses esforços não só fortalecerão a posição do Estado no mercado global de carnes, mas também garantirão que o setor continue a ser um pilar da economia local.
A análise dos dados de uso e ocupação do solo revela uma estrutura diversificada na produção agropecuária do estado, com um destaque para a cana-de-açúcar, eucalipto e, principalmente, pasto, que ocupa 49,6% da área total. Essa diversidade é crucial para sustentar as exportações agrícolas e fortalecer a resiliência do setor diante das flutuações do mercado internacional.
À medida que 2024 avança, os olhos estarão voltados para as estratégias que Mato Grosso do Sul adotará para superar os desafios do mercado de carne suína e aproveitar as oportunidades que surgem, reforçando sua posição como líder no agronegócio brasileiro.
João Castro/Famasul
Suinocultura em crescimento no Mato Grosso do Sul
Fatores de Crescimento
Lovera lembra que Mato Grosso do Sul possui um enorme potencial para crescimento. Este aumento de 10,89% na exportação de suínos é reflexo do aumento de receita obtido com a exportação do complexo soja, complexo sucroalcooleiro, fibras e produtos têxteis e produtos florestais. “Comparando os dados exportados com a safra anterior, o complexo de soja teve um faturamento de 125 Mi de dólares superior, seguido por complexo sucroalcooleiro (15,6 MI), fibras e produtos têxteis (9,3 Mi) e produtos Florestais (8,1 Mi).
Estes valores foram responsáveis pelo aumento da receita do Estado, compensando a redução das exportações de cereais, farinha e preparações, que foi de 98,2 Mi de dólares”, pontuou.
De acordo com ele, a qualidade dos produtos sul-mato-grossenses, a produção sustentável, boas práticas de produção e a globalização são fatores que influenciam as novas divisas. O mercado internacional é extremamente exigente, com diversas barreiras comerciais, e o produtor rural do MS consegue atender os requisitos básicos.
