Um novo estudo da Embrapa Florestas destaca o crescente movimento de participação das mulheres no setor florestal brasileiro, tradicionalmente dominado por homens. A pesquisa, conduzida pela engenheira florestal Cristiane Aparecida Fioravante Reis, mapeia a presença feminina na cadeia produtiva florestal e revela os desafios que as mulheres enfrentam, especialmente em estados como Mato Grosso do Sul. Embora representem uma parcela significativa da força de trabalho, as mulheres ainda encontram barreiras quanto à remuneração e acesso a cargos de liderança.
Em Mato Grosso do Sul, um dos principais estados produtores de florestas plantadas, as mulheres ocupam 17,6% dos 4.026 empregos formais na cadeia florestal. No entanto, 71,85% delas estão na faixa salarial de 0,5 a 2 salários-mínimos, evidenciando uma disparidade em relação aos homens, que ocupam cargos com remuneração mais alta. A pesquisa aponta que, embora haja um número crescente de mulheres com ensino médio completo em funções técnicas, elas ainda estão afastadas das posições de liderança, mais frequentes entre os homens com ensino superior.
O estudo da Embrapa sugere que, para corrigir essas desigualdades, é necessário implementar políticas públicas que promovam a inclusão das mulheres de forma mais robusta no setor. A participação feminina, segundo a pesquisa, não só contribuiria para a justiça social, mas também para o desenvolvimento sustentável e a inovação no setor florestal. A Embrapa vê o estudo como uma ferramenta importante para líderes e formuladores de políticas públicas, com o potencial de transformar o setor e gerar um impacto positivo no desenvolvimento regional e na sustentabilidade do Pantanal e do estado.