Divulgação/Fiems
Sérgio Longen foi o entrevistado de hoje no programa Tribuna Livre, na rádio Capital FM
A carga de impostos sobre o setor produtivo tem causado incômodos em Mato Grosso do Sul. Sérgio Longen, presidente da Fiems, demonstrou a preocupação durante entrevista concedida à rádio Capital FM 95, durante o Programa Tribuna Livre, nesta segunda-feira, com a competitividade da indústria por conta dos ajustes feito pelo governo federal.
De acordo com Longen, a União elevou os impostos como forma de gerar receita, sem pensar que os impactos podem abalar a competitividade do setor. O presidente da Fiems reforça que a Indústria tem feito reuniões técnicas e outros trabalhos para se adequar a reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional, mas vê com surpresa a cobrança de mais impostos da sociedade por parte do governo federal.
“ O imposto acaba indo para o produto, mas o governo não está preocupado com isso. Estamos reclamando porque não é simplesmente repassar o imposto. É a competitividade dos nossos produtos que está em jogo”, afirmou. Ao citar ações recentes adotadas pelo governo federal, como a tentativa de desonerar a folha de pagamento e a edição de medida provisória que mexe na compensação do PIS/Cofins, Longen questionou o controle dos gastos públicos.
“O gasto público vem tomando proporções inaceitáveis no Brasil. O caso da desoneração da folha de pagamento foi um absurdo. O governo não tinha essa receita no planejamento econômico, e de repente vai lá e aprova. Aí a classe política analisou e votou. O governo foi derrotado na sua proposta e recorreu ao judiciário. Agora ele manda outro imposto, por meio da MP 1227. O ministro Fernando Haddad está fazendo a parte dele, que é buscar recursos para o equilíbrio fiscal, mas o governo federal não tem feito a sua parte, que é a redução das despesas públicas, e isso é muito preocupante”, declarou.
Diante deste cenário, Longen disse ainda durante a entrevista, para os empresários se adaptarem à nova realidade, contudo, conclamou os parlamentares de Mato Grosso do sul a se mobilizarem para defenderem os interesses do Estado no Congresso Nacional.
“A reforma tributária foi aprovada, falta ser regulamentada. Precisamos fazer ajustes de operação e nos adaptar a ela. Não adianta ficar revoltado, não vai resolver. O Congresso Nacional já aprovou e o presidente sancionou. Estamos contando os prazos para o início da mudança. Temos que nos adaptar, chega de choro. O que não podemos aceitar calados é ver o governo federal, no meio do jogo, avançar de forma desonesta, jogando impostos dessa natureza para a produção, matando setores. Dependemos dos nossos parlamentares para assumir o compromisso com o nosso Estado”, concluiu Longen.