O município de Campo Grande reduziu, no final do ano passado, a alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) para empresas franqueadoras, de 5% para 2%. A medida, sancionada pela prefeita Adriane Lopes, busca atrair mais investimentos para o setor que fechou o último trimestre de 2023 em crescimento, com maior faturamento e mais empregos seguindo exemplo de outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, que também abaixaram a alíquota para o mesmo patamar.
Os números são animadores. Houve um aumento de pouco mais de 10% no faturamento, saltando de R$ 351,336 milhões para R$ 387,820 milhões entre os terceiros trimestres de 2023 e do ano anterior. Já o número de unidades expandiu em 8,47%, de 1.136 para 1.232, e o emprego direto cresceu 5,71%, indo de 9.935 para 10.502 trabalhadores.
Denilson Queiroz, sócio proprietário da Microlins, vislumbra um futuro brilhante. “Hoje nós pagamos o ISS de 5% em cima da operação, a redução para 2% é um estímulo para os investidores. Nós emitimos nota de tudo que vendemos e isso faz uma diferença muito grande. Vai dar para investir mais no próprio negócio. Sem dúvida nenhuma, isso é muito significativo. São iniciativas como esta que atraem. Imagina uma empresa com poder de negociação maior, o quanto que 3% não impacta no negócio”, diz o empresário.
A Microlins tem 500 unidades em todo o Brasil. Dono da franquia em Mato Grosso do Sul, Denílson conta que hoje ele tem três unidades, duas em Campo Grande, e uma em Sidrolândia. Ele quer ampliar o negócio.
“Eu já tenho aqui no radar: Moreninhas e Nova Lima. Com essa redução se tornou ainda mais atrativo o investimento, porque consigo reinvestir no meu negócio. A redução impacta positivamente, dependendo da localização da unidade, posso ter até 50% do valor do aluguel mensal. Isso traz um benefício muito bacana para a gente gerar novos empregos, gerar mais renda, e até premiação de bolsas de estudo para alunos, ou seja, a gente consegue devolver isso de uma forma mais direta para a sociedade”, conclui.
Medida Necessária
Para a prefeita Adriane Lopes, preservar, manter e incentivar o franchising em Campo Grande, impactando todo o Estado é um grande desafio da atualidade e, sendo assim, o incentivo público à atividade torna-se necessário. “A redução da alíquota do ISS é um instrumento fundamental para recuperação do sistema de franquias que sofreu com a pandemia e uma oportunidade de fomento para novas marcas chegarem a Campo Grande”, afirma.
De acordo com informações da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a franchising no Mato Grosso do Sul faturou mais de R$ 815 milhões no terceiro trimestre do ano passado, ante R$ 727,866 do mesmo período de 2022, registrando um crescimento de 12,02%. O número de empregos saltou de 20.826 para 23.061 trabalhadores diretos – um crescimento de 10,73%. O de unidades de franquias expandiu de 2.483 para 2.693, uma alta de 8,44%, e o de redes, de 1.848 para 1.870 nesse período. A capital do Mato Grosso do Sul representa 48% do faturamento do franchising, 46% das unidades e o mesmo percentual relativo aos empregos diretos no Estado.
A diretora-executiva da ABF, Fabiana Estrela, conta que a entidade já está realizando movimentos de aproximação com Campo Grande. “Estamos visando levar conhecimento sobre o franchising e oportunidades no setor para esse município tão pujante. Inclusive, um dos encontros da Regional Centro-Oeste da associação neste ano será lá”, completa.