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ENTREVISTA Segunda-feira, 26 de Maio de 2008, 16:00 - A | A

Segunda-feira, 26 de Maio de 2008, 16h:00 - A | A

Entrevista com o empresário Sérgio Marcolino Longen, que completou um ano à frente da presidência da Fiems, ele fala sobre os 12 meses de gestão, os avanços do setor industrial no MS, também sobre a Expo-MS e muito mais confira.

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

O empresário Sérgio Marcolino Longen, que completou sábado (24/05) um ano à frente da presidência da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul –, abordou nesta entrevista os 12 meses de gestão, os avanços do setor industrial em Mato Grosso do Sul, as perspectivas para os próximos anos a realização da Expo-MS Industrial, que será aberta nesta terça-feira (27/05), às 19 horas, no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco. Confira a entrevista cedida ao Capital News.

Capital News: A realização da Expo-MS Industrial coincide com o primeiro ano de gestão do senhor à frente da Fiems. Qual a avaliação que o senhor faz desse período?

Sérgio Marcolino Longen: Foram 12 meses de levantamentos para traçar o perfil da indústria sul-mato-grossense. Identificamos, porta a porta, o número das indústrias que compõe o setor no Estado e vamos definir as ações para os próximos anos, levando em conta o número das empresas pesquisadas e as reais demandas do setor para que se possa buscar o desenvolvimento.

CP: A Fiems hoje apóia o empresário também com ações como a Indústria do Conhecimento e a Educação para uma Nova Indústria. É uma ação diferenciada?

Sérgio Marcolino Longen: Os trabalhos hoje são pautados para atender a demanda das indústrias instaladas no Estado e estamos também trabalhando em conjunto com as indústrias que estão em fase de implantação em Mato Grosso do Sul. A intenção é, nos próximos anos, ter a indústria totalmente atendida pelo Sistema Fiems, por meio da nossa marca Indústria Ativa, nas áreas de educação e saúde para o trabalhador, oferecidas pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), além dos cursos profissionalizantes disponibilizados pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

CP: Como surgiu a idéia de realizar a Expo-MS Industrial?


Sérgio Marcolino Longen: Em visita às feiras de desenvolvimento do setor industrial em outros Estados e também em outros países, sempre vislumbramos termos um dia uma feira de negócios em nosso Estado. Numa medida ousada, estamos realizando este projeto. Esperamos que o desafio seja superado e que tenhamos bons negócios nesse evento.

CP: Esse perfil de evento totalmente destinado à realização de negócios e com informações de tecnologia é capaz de evidenciar o novo momento da indústria no Estado?

Sérgio Marcolino Longen:
A Expo-MS é o retrato deste novo momento. Entendo que vamos encontrar algumas dificuldades e, na insistência desse modelo de evento de negócios, a médio prazo, vamos ter feiras que divulguem o desenvolvimento industrial e que concentrem os negócios presentes e futuros do setor. Eu entendo que a matriz econômica do Estado está em transformação e nós devemos promover eventos que tragam o perfil de negócios e do setor de uma maneira geral.

CP: Quais são os segmentos que alavancam ou sustentam essa transformação da matriz econômica do Estado atualmente?


Sérgio Marcolino Longen:
Os setores que hoje despontam no nosso Estado são o têxtil e confecções, que tem uma empregabilidade muito grande, a indústria da construção, que é forte em desenvolvimento em todos os municípios, o sucroalcooleiro, com a produção de açúcar e álcool, o alimentício, o metal-mecânico, o petroquímico, que está se formando, o minero-siderúrgico, que hoje traz grandes empresas a Mato Grosso do Sul que são fortes candidatas a assumirem a liderança do setor industrial do Estado, além do setor de papel e celulose.

CP: Qual a avaliação que o senhor faz da criação do Radar Industrial, que é um indicador para revelar à sociedade os números da indústria?

Sérgio Marcolino Longen:
Nós não tínhamos os números reais da indústria estadual e, em pesquisas recentes, que fazem parte da nossa estratégia de informação, pois entendemos que a informação é o maior patrimônio de desenvolvimento que nós temos, criamos o Radar Industrial para divulgar os dados coletados. Acredito que nós devemos ter o Radar Industrial em total operação nos próximos 12 meses porque implantamos as bases de dados agora e muitas informações nós precisamos de respostas das indústrias, sejam das instaladas ou das que estão chegando ao Estado. Com certeza, no próximo aniversário do nosso mandato, o Radar Industrial trará os índices de desenvolvimento e econômico completos do nosso Estado, servindo de base para as empresas que pretendem investir em Mato Grosso do Sul.

CP: A Fiems realiza um trabalho expressivo em torno dos gargalos da industrialização, entre eles, a reforma tributária, o custo da energia e, mais recentemente, o alinhamento do horário do Estado com o de Brasília. Como o senhor avalia esse tipo de ação da Federação?

Sérgio Marcolino Longen:
Quando se fala em desenvolvimento, nós temos de discutir os problemas que envolvem o setor, como energia, base de informações, qualificação de mão-de-obra, ou seja, tudo aquilo que faz com que o setor enfrente dificuldades. Hoje, discutimos a questão do fuso horário e entendemos que a defasagem de uma hora em relação a Brasília traz problemas ao nosso desenvolvimento econômico. Eu entendo que não temos condições de discutir problemas de saúde e que envolvam outros assuntos técnicos, mas acreditamos que poderíamos ter um horário mais desenvolvimentista, como o de São Paulo, visto que, praticamente, 70% da matéria-prima do setor industrial vem de grandes centros que trabalham no horário de Brasília, que é hoje o horário oficial do País. Na minha opinião, é chegada a hora de o horário do desenvolvimento ser implantado no nosso Estado. Não sei os impactos que nós teríamos na saúde com a mudança de horário, mas não vejo isso como empecilho para que o assunto seja discutido. Nós gostaríamos de ampliar a base de discussão desse assunto porque entendemos que precisamos de um horário desenvolvimentista.

CP: Quais as perspectivas da indústria para os próximos dez anos no Estado? A industrialização é um processo irreversível?


Sérgio Marcolino Longen: Outros Estados já passaram por esse processo e nós estamos vivenciando isso hoje. A Federação faz parte desse movimento e está trabalhando nesse sentido com a Seprotur (Secretaria Estadual de Produção), Governo do Estado e Prefeituras dos principais pólos de desenvolvimento industrial de Mato Grosso do Sul.
Nós entendemos que nos próximos dez anos o Estado terá um parque industrial expressivo fruto de uma indústria sólida, porque temos o principal que é a indústria de base. Já começamos a processar aqui nossas matérias-primas e em poucos anos vamos consolidar a indústria como força máxima da nossa matriz econômica.

(O Capital News agradece a Assessoria de imprensa da Fiems pela colaboração com a entrevista do Presidente Sérgio Marcolino Longen.)

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