Segunda-feira, 19 de Maio de 2008, 07h:05 -
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EXCLUSIVO: Entrevista com a Prefeita Simone Tebet, ela fala sobre como recebeu a prefeitura, progresso da cidade, seu futuro politico , e muito mais.
Jefferson Gonçalves - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)
Em entrevista exclusiva ao Capital News, ela fala sobre Politica, como ela recebeu a prefeitura de Três Lagoas, o progresso da cidade, sobre seu futuro politico, sobre quem são seus lideres na politíca, e sua administração sobre uma das cidades que mais se desenvolve no Mato Grosso do Sul.
Capital News: Prefeita, eu gostaria que a senhora traçasse um perfil sobre como estava a cidade de Três Lagoas quando a Senhora assumiu a prefeitura e como esta hoje o município.
Três Lagoas nos últimos três anos praticamente mostraram o que ela já era. Infelizmente pegamos uma cidade judiada, ocorreram sucessivos erros, mas não queremos “olhar para trás”, é claro. Mas pegamos uma cidade em que não havia coleta de lixo, as ruas eram completamente esburacadas e sujas, uma cidade principalmente com a auto-estima baixa.
A população nunca deixou de amar a cidade, já que foi a cidade que ela nasceu e escolheu como “cidade do coração”. Porém, essa população já não tinha mais orgulho dessa cidade, e isso eu presenciei nas campanhas e nas ruas. Nesses três anos de todas as obras que fizemos, as mais de 150 obras, eu acredito que a “maior obra” é aquela que não possa ser tocada, mas sim sentida, e um exemplo disso é a mudança do perfil e da forma como nós três-lagoenses vemos a cidade.
Hoje, além de amarmos, nós temos orgulho da nossa cidade. Três Lagoas é uma cidade próspera, desenvolvida, que tem condições de abraçar qualquer mão sul-mato-grossense, por que aqui se tem emprego, aqui se gera renda, aqui o dinheiro “corre” na atividade comercial. Temos escolas de qualidade, uma saúde pública invejável, ainda que com erros e com avanços a serem efetuados.
Mas aquilo que é necessário para o ser humano, que é: emprego, saúde e educação, são três itens em Três Lagoas, que comparada à média nacional nós podemos dizer que estamos em cima dela.
CP: Três Lagoas é uma das cidades mais importantes do Mato Grosso do Sul e vem crescendo cada vez mais no que diz respeito à área industrial. Quantas indústrias já se instalaram no município nos últimos anos e qual a expectativa de novos empreendimentos?
Quando nós assumimos, em 90 anos de existência havia uma média de 36 indústrias. Só nesses três anos de governo, nós atraímos mais de 25 indústrias. Algumas delas já inauguradas, outras em fase de instalação e ainda algumas, que foram recentes, em fase de fechamento da documentação para tirar as licenças necessárias para iniciar as obras.
CP: O município tem disponibilizado incentivos para a instalação dessas indústrias?
Além de vender a boa imagem da cidade, com o “pé no chão”, pois aqui não iludimos ninguém, nós corremos atrás dos empresários. Quando nós sabemos que tem uma indústria que quer mudar, seja de São Paulo, Paraná ou abrir uma filial em nossa cidade, nós vamos atrás e mostramos o que é a cidade. Nesse aspecto levamos em conta não só parte de logística, onde mostramos a localização estratégica do nosso município.
Nós damos além dos incentivos do Estado, damos uma área considerada nobre, com toda a estrutura de logística de fibra ótica, iluminação e asfalto, a proximidade ao estado de São Paulo. Isso sem contar a isenção de IPTU e do ISS por cinco anos como estímulo para esse empresário vir para o nosso município.
CP: Como está a questão da Internacional Paper ? Além dela, existem em implantação outras indústrias importantes em Três Lagoas, gostaria que a senhora falasse um pouco?
Se nós estamos falando de uma indústria que é a maior e mais moderna fábrica de celulose do mundo, devemos levar em consideração o fato de que todos os olhos do mundo estarão votados para Tres Lagoas. Por que quando os japoneses, americanos e chineses quiserem comercializar ou contratar papel, eles têm que de alguma forma optar pela compra no Brasil, e conseqüentemente optar pelo nosso município.
Usando as palavras da Votorantin, essa fábrica vai ter a capacidade imediata de alterar em 0,15% o PIB brasileiro, 13% o semestre do Estado e 300% a economia local. Uma empresa que tem o investimento de $ 1 bilhão e 700 mil tem a capacidade de gerar três vezes mais a economia do que é hoje o município, nós podemos dizer com toda segurança, que nos próximos oito anos, nós teremos um aumento de 50% do tamanho populacional de nossa cidade.
Isso mostra a dimensão de uma empresa de grande porte como a International Paper, onde mesmo se juntar 10 ou 15 indústrias, não geram um retorno de qualidade de vida, geração de emprego, giro da economia para o comércio como este.
CP: A ALL (América Latina Logística) anunciou em outubro do ano passado, investimentos da ordem de R$ 80 milhões no sistema ferroviário que corta o Estado. O que isso representa para Três Lagoas?
Temos algumas empresas, como a Votorantin, que dependem exclusivamente da ferrovia. A ALL já firmou contrato com ela, em uma ordem de R$ 100 milhões, como contrato de fornecimento, para fazer um terminal da fábrica até a nossa ferrovia, para poder movimentar as cargas. Hoje com a concessão da ALL, podemos dizer que ela é estratégica, pois a ferrovia corta o Brasil, começando em Corumbá, passa por Campo Grande, Três Lagoas, chega a São Paulo, passando por Bauru, São Paulo capital, até chegar ao Rio de Janeiro.
Nós temos então essa rota estratégica, por que nossos empresários, em sua grande maioria, escoam a sua produção, daqui de Três Lagoas para o estado de São Paulo. Com os investimentos da ALL em melhorar as condições transporte de cargas para outras regiões, isso pode significar mais uma opção de escoamento de produção para os nossos empresários. Não utilizando somente a rodovia, como acontece na maioria das vezes, mas também utilizar as ferrovias, consideradas via de transporte mais baratas, mais segura e econômica para os empresários.
CP: Quais as perspectivas para que em breve o município de Três Lagoas possa ser considerado quem sabe o segundo em desenvolvimento do Estado?
Nós não somos competitivos, não estamos preocupados se somos o primeiro, segundo ou terceiro lugar. Ainda que não fôssemos, nós temos essa nítida sensação do crescimento e mais importante, do desenvolvimento da cidade nos últimos três anos. Isso é visível, a cidade quase que dobrou em investimentos, seja na atividade comercial ou industrial.
Mas é óbvio que, tendo o maior PIB industrial do interior, significa ter maiores recursos públicos para a cidade. Por que isso interfere no valor agregado, em receita para o Estado, conseqüentemente, na hora da divisão do bolo tributário, do bolo do ICMS, Três Lagoas, que era o quinto ou quarto em recebimento de ICMS do estado, passa a ter um valor a mais de recursos mensais sendo depositados na conta do município. Conseqüentemente, a administração tem mais recursos para fazer mais escolas, postos de saúde, creches e casas populares.
Garantindo assim a infra-estrutura necessária, para esse “boom” do desenvolvimento que está acontecendo em nossa cidade. Se há por um lado os pontos positivos, por outro temos que correr atrás do prejuízo buscando recursos, sejam federal, estadual ou municipal, para suportar todo esse progresso, ou seja, garantir que obras de infra-estrutura sejam realizadas para permitir que o crescimento e desenvolvimento não gere diminuição da qualidade de vida de nossa população.
CP: Seu nome chegou a ser cogitado para o senado. Eu gostaria de saber até que ponto isso pode tornar-se realidade, ou qual seria seu desejo politico?
Eu sou prefeita de um município e sou pré-candidata à reeleição, por que ainda deve passar por convenção do partido, estamos ainda falando de seis a oito meses de um novo mandato. Mas ainda está muito longe para se pensar em 2010. Eu pertenço a um partido com grandes lideranças, entre eles o presidente do nosso partido o deputado Mocca, o senador Walter Pereira e o nosso governador André Puccinelli.
São as três pessoas que irão direcionar a minha vida política. Eu tinha um líder, que era o meu pai, o senador Ramez Tebet, onde na sua ausência, eu coloquei a minha obediência e capacidade de colaborar com o partido e com o Estado, nas mãos do André Puccinelli. Será ele que irá direcionar daqui para frente a minha conduta política, se devo ou não continuar mais quatro anos. À princípio, não há nenhuma conversa nesse sentido, num primeiro momento sou apenas pré-candidata a continuar na administração do município de Três Lagoas.