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ENTREVISTA Domingo, 10 de Junho de 2018, 11:54 - A | A

Domingo, 10 de Junho de 2018, 11h:54 - A | A

AGRONEGÓCIO

Presidente da Famasul fala sobre reeleição e efeitos da greve dos caminhoneiros

Eleição da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul acontece no próximo sábado (16)

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Pela primeira vez ao longo de seus 40 anos de existência, a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) tem duas chapas concorrendo à presidência. A eleição acontece no próximo sábado (16).

 

O Capital News entrevistou o atual presidente que concorre à reeleição Mauricio Saito. Além de médico veterinário, é pós-graduado em Administração de Empresas Agrárias e possui ainda MBA em Gestão Empresarial.

Famasul

Presidente da Famasul fala sobre reeleição e efeitos da greve dos caminhoneiros

Presidente da Famasul, Mauricio Saito, concorre reeleição

Mauricio Saito é  produtor rural desde 1996, com atividades em Mato Grosso do Sul e conselheiro da Fundação MS. Foi presidente do Sindicato Rural de Itaporã por duas gestões, de 2002 a 2005 e de 2008 a 2011, e presidente da Cooperativa Agrícola Mista Serra de Maracaju (Coopsema), de 2008 a 2010. Também presidiu a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), de janeiro de 2014 a agosto de 2015. Eleito presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), assumiu a gestão da entidade em agosto de 2015.

 

Capital News - Quais as principais propostas para o setor?

Mauricio Saito - Como Federação da Agricultura e Pecuária de MS nosso principal objetivo é melhorar a cada dia as condições do setor produtivo trabalhar. Representamos os interesses de nossos produtores rurais nos mais diversos fóruns, buscando sempre o equilíbrio no desafio da produção economicamente viável, com responsabilidade ambiental e social de nossos empreendimentos. Nesse sentido, os principais temas de relevância com os quais continuaremos trabalhando com muita ênfase são: a segurança jurídica no que se refere ao direito de propriedade; a segurança jurídica e a racionalidade no que se refere às questões de meio ambiente; o foco em ações que garantam a competitividade das cadeias produtivas do agro em MS; e a capacitação e compartilhamento de conhecimentos com os produtores rurais do nosso Estado. Entendemos que somente com ações coordenadas e embasadas em conhecimentos técnicos conseguiremos obter conquistas reais para o nosso agronegócio e, consequentemente, para toda a sociedade brasileira.    

 

Capital News - Em relação às medidas já implantadas, quais seguirão em andamento? O que será mantido da gestão, baseado na atual conjuntura econômica?

Mauricio Saito - O princípio básico de nossa gestão e que pretendemos continuar a empreender nessa instituição é o da garantia da representatividade dos seus associados. Nesse sentido o fortalecimento dos sindicatos é uma prioridade. Estamos fazendo isso pelo Programa Sindicato Forte e várias ações de parceria com o SENAR, buscando a profissionalização da gestão nas bases, com vistas a enfrentar os desafios de mobilização e efetiva representação dos associados. As ações passam por apoio ao planejamento estratégico, à elaboração de projetos de captação de recursos, ao suporte aos programas de formação profissional nas bases. Do ponto de vista da condução interna da instituição, vamos manter o foco na profissionalização da gestão, na obtenção de resultados concretos, e na absoluta transparência das ações.

 

Capital News - Quais as expectativas para o setor do agronegócios após às eleições do executivo e legislativo?

Mauricio Saito - Precisamos de um governo forte e de casas de leis sensíveis aos problemas crônicos que enfrentamos no país. Se não atacarmos as causas desses problemas de forma prioritária, dificilmente o país entrará em uma trajetória virtuosa de desenvolvimento. Com relação especificamente ao nosso setor, precisamos de políticas públicas de longo prazo, voltadas ao estímulo da produção e a mitigação dos riscos na agropecuária. Uma atuação forte no comércio exterior, articulada com o Ministério da Agricultura e Pecuária, para continuarmos abrindo mercados e nos consolidando como um dos principais players na exportação de alimentos.

 

Capital News - De acordo com especialistas, o setor pode demorar até oito meses para se recuperar dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros. Quais as preocupações e medidas que serão adotadas para minimizar os prejuízos?

Mauricio Saito - Nossa maior preocupação está na intervenção direta do governo no tabelamento de fretes ou outras medidas que venham a interferir nas regras do livre mercado. Com relação a isso, já estamos atuando e continuaremos atuando na defesa da livre negociação dos fretes. A interferência que entendemos ser salutar é a de redução da carga tributária, para amenizar as imperfeições do mercado de combustíveis. Por outro lado, a retomada das atividades agrícolas e a normalização no abastecimento de alimentos devem ser equacionadas em algumas semanas. Os efeitos que vão durar meses estão nos prejuízos causados aos produtores rurais, principalmente aqueles das cadeias pecuárias (bovinos, suínos e aves) e de produtos altamente perecíveis como os hortigranjeiros. Estes amargaram sérios prejuízos e precisamos atuar em diferentes frentes para minimizar sua vulnerabilidade. Podemos citar como frentes de atuação a revisão de alíquotas de ICMS e o prolongamento dos prazos para pagamentos dos financiamentos rurais.

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