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Esporte Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2022, 17:55 - A | A

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Luto

Edson morreu, mas Pelé seguirá eterno como Rei do Futebol

Três títulos na Copa do Mundo, o primeiro aos 17 anos, fazem parte da carreira de conquistas do maior jogador da história

Rogério Vidmantas
Capital News

Arquivo Nacional/Correio da Manhã

Pelé

Pelé começou a defender a Seleção Brasileira aos 17 anos, sempre marcando gols

Morreu nesta quinta-feira (29) Edson Arantes do Nascimento, aos 82 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado há algumas semanas no Hospital Albert Einstein, na zona Sul da capital paulista. Mas Pelé, esse seguirá eterno como o melhor jogador de futebol de todos os tempos. 

 

A trajetória daquele que viria a ser conhecido como o Rei do Futebol começou de forma muito comum. Nascido em 23 de outubro de 1940, na cidade mineira de Três Corações, Pelé deu os primeiros passos no esporte na cidade paulista de Bauru, para onde sua família se mudou durante sua infância. Lá, defendeu várias equipes amadoras de futebol de campo e salão, até que, ao completar 15 anos, foi levado para fazer um teste no Santos. Aprovado, foi contratado em junho de 1956 e começou a defender a equipe da Vila Belmiro.

 

No Santos, desandou a marcar gols, o que lhe garantiu a primeira convocação para a Seleção Brasileira em 1957 para participar da Copa Roca, competição na qual fez seu primeiro tento e iniciou uma caminhada de conquistas, no Peixe e defendendo a camisa do Brasil. 

 

A coroação definitiva veio com a conquista dos títulos das Copas do Mundo. “Em 1957, o futebol brasileiro estava por baixo, com a derrota para a seleção uruguaia em 1950, a apenas regular participação na Copa de 1954, os resultados fracos durante uma excursão à Europa em 1956 e o fraco desempenho no Campeonato Sul-Americano de 1957. E surge Pelé, com 17 anos”, relembra o pesquisador Rodrigo Saturnino.

 

“Com Pelé e Garrincha, a seleção nunca perdeu. Foram três títulos mundiais em quatro Copas. Pelé foi o principal responsável por esse desempenho. A identificação da seleção com o povo brasileiro atingiu seu ponto máximo. Pelé se transformou na face do Brasil bem sucedido, o brasileiro mais reconhecido da história, em todo o mundo”, afirma Saturnino, pesquisador do Grupo Literatura e Memória do Futebol (Memofut).

 

Auge no México

Arquivo CBF

Pelé

Pelé está na história do futebol como o eterno camisa 10 da Seleção Brasileira

 

Entre todas as conquistas uma ocupa um lugar especial na história do futebol, a da Copa do Mundo de 1970, no México. Foi nesta competição que Pelé mostrou todo o seu potencial como jogador. Clodoaldo, um dos companheiros de Pelé naquela campanha, compartilha desta opinião. “Foi o melhor momento do Pelé na seleção brasileira. O vi em 1970 como nunca, preparado nos aspectos físico, técnico e psicológico. Ele estava voando. Foi o momento no qual atingiu o máximo de sua carreira.”

 

Maior goleador

 

Porém, o sucesso de Pelé não se deve apenas à seleção. Foi pelo Santos que ele marcou a maior parte dos seus 1281 gols (em 1363 jogos), que o transformaram no maior goleador da história do futebol mundial. O tipo de feito que fez com que o público o tratasse de uma forma especial. “O Pelé foi o único jogador, pelo menos que eu saiba, que fazia uma boa jogada contra um time, ou um gol de placa, e a torcida adversária aplaudia, às vezes, de pé”, diz o sociólogo e professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj), Ronaldo Helal.

 

E um destes gols mobilizou a atenção do público de forma especial, o de número mil, alcançado no dia 19 de novembro de 1969 em vitória de 2 a 1 do Santos sobre o Vasco no estádio do Maracanã. Pelé tinha apenas 29 anos ao alcançar esta marca.

Paulo Pinto/Fotos Publicas

Pelé

Pelé tinha 82 anos e estava internado há algumas semanas no Hospital Alberto Einstein

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