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Opinião Domingo, 02 de Fevereiro de 2025, 16:26 - A | A

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Opinião

O governo Lula e a bomba-relógio dos combustíveis

Por Murillo Torelli*

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O Brasil está prestes a enfrentar mais uma crise nos preços dos combustíveis, um problema que já foi visto antes nos governos do PT, especialmente na gestão de Dilma Rousseff. Agora, os erros do passado parecem estar se repetindo sob a administração Lula, trazendo instabilidade ao mercado e riscos à economia nacional.

A partir de 1º de fevereiro, a gasolina e o diesel sofrerão aumentos devido à mudança na alíquota do ICMS. O imposto da gasolina subirá 7%, chegando a R$ 1,47 por litro, enquanto o diesel sofrerá um acréscimo de 5%, atingindo R$ 1,12 por litro. Isso significa que o preço dos combustíveis na bomba aumentará de forma expressiva, pressionando a inflação e impactando diretamente o bolso dos brasileiros.

A situação se agrava com a defasagem dos preços praticados pela Petrobras em relação ao mercado internacional. Atualmente, o diesel da estatal está R$ 0,55 abaixo da paridade de importação, enquanto a gasolina apresenta uma defasagem de R$ 0,24. Essa estratégia de represamento de preços já se mostrou catastrófica no passado, resultando em uma perda de R$ 100 bilhões para a Petrobras durante o governo Dilma.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já avisou Lula que um reajuste nos combustíveis será inevitável. A pressão dos investidores é grande e o mercado teme que o governo interfira artificialmente nos preços para evitar desgaste político, algo que já foi feito antes.

É importante lembrar como o governo Bolsonaro enfrentou o problema dos combustíveis durante sua gestão. Sob uma conjuntura extremamente desfavorável, com pandemia e duas guerras impactando o preço do petróleo, Bolsonaro adotou medidas efetivas para conter o aumento dos combustíveis sem comprometer a saúde financeira da Petrobras. Entre as ações, destacam-se:

• A criação do teto de 17% para o ICMS sobre combustíveis;
• A isenção do PIS e COFINS sobre o óleo diesel;
• A manutenção da independência da Petrobras em relação à política de preços.

Essas medidas, à época, foram duramente criticadas por adversários políticos, que as rotularam como "eleitoreiras". No entanto, hoje, diante do caos anunciado, questiono: o governo Lula será capaz de adotar soluções semelhantes para evitar uma crise ainda maior?

A realidade é que o governo atual parece mais preocupado em evitar o desgaste político do que em resolver, de fato, o problema. Sem soluções concretas e eficientes, os aumentos de combustíveis impactarão diretamente o custo de vida da população, elevando a inflação e reduzindo ainda mais o poder de compra dos brasileiros.

O tempo dirá se Lula aprenderá com os erros de Dilma ou se insistirá em um caminho que já provou ser desastroso. A população, no entanto, já vai começar a sentir no bolso os efeitos dessa política equivocada.


*Murillo Torelli
Professor de Ciências Contabeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

 

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