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Mortes em rodovias brasileiras crescem 9% em 2024

Por Rafaela Aparecida de Almeida*

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O número de acidentes com mortes em rodovias federais no Brasil apresentou um crescimento preocupante de 9% em relação a 2023, o que corresponde a um aumento de 526 mortes adicionais – ou aproximadamente 44 vítimas fatais a mais por mês, segundo dados divulgados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em janeiro de 2025

Seis estados concentram 51% dos óbitos registrados em 2024, com destaque para Minas Gerais, que lidera o ranking com 794 mortes (13% do total). Na sequência aparecem Bahia (614 óbitos, 10%), Paraná (607 óbitos, 10%), Santa Catarina (414 óbitos, 6%), Rio Grande do Sul (346 óbitos, 6%) e Rio de Janeiro (333 óbitos, 5%). Este grupo de estados apresentou um aumento de 62% no número de mortes em comparação com o ano anterior.

Na contramão dessa tendência, o Distrito Federal foi um ponto de destaque positivo, registrando uma redução expressiva de 51% nos óbitos, o que significa 29 vidas preservadas em relação a 2023.

Rodovias mais letais

A BR-116 lidera o ranking de rodovia mais letal do Brasil, com 821 óbitos registrados ao longo do ano, seguida pela BR-101, com 731 mortes, e pela BR-153, com 270 vítimas fatais. A BR-116 apresentou aumento de 11% no número de mortes em relação a 2023, quando foram registrados 741 óbitos. Entre os estados que cortam a rodovia, destacam-se três com os crescimentos mais alarmantes: Ceará, onde o número de mortes disparou 63%; Bahia, com aumento de 41%; e Minas Gerais, com 23%.

Causas e tipos de acidentes

Entre as principais causas de acidentes fatais estão transitar na contramão (921 mortes), ausência de reação do condutor (759) e reações tardias ou ineficientes por parte dos motoristas (677). Um dado especialmente preocupante é o alto número de mortes causadas por colisões frontais, responsáveis por 1/3 das 6.163 mortes registradas em rodovias federais no ano passado – o que equivale a 1.986 vítimas fatais. As causas mais comuns dessas colisões incluem transitar na contramão, consumo de álcool ao volante, ausência de reação do motorista, condutores dormindo e ultrapassagens indevidas. Outros fatores merecem destaque, como o atropelamento de pedestres, que resultou em 969 mortes, e as saídas de pista, responsáveis por 714 óbitos.

Entre as soluções para reduzir os acidentes nas rodovias brasileiras, é essencial combinar ações educativas, já que as principais causas estão relacionadas ao comportamento dos condutores. Além disso, é necessário intensificar a fiscalização, com blitzes, radares inteligentes e monitoramento de trechos críticos, e investir em infraestrutura. A alta dependência do modal rodoviário também deve ser considerada, uma vez que cerca de 60% das cargas no Brasil são transportadas por caminhões, quando poderiam ser deslocadas para os modais ferroviário ou de cabotagem, aliviando as estradas, reduzindo acidentes e gerando ganhos econômicos e ambientais.


*Rafaela Aparecida de Almeida
Doutora em Gestão Urbana e professora da ESGCN no Centro Universitário Internacional UNINTER

 

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