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Opinião Domingo, 08 de Setembro de 2024, 13:26 - A | A

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Opinião

Tolerância ou Compromisso? Uma Passagem Difícil de Aplicar

Por Wanderson R. Monteiro*

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A Bíblia nos apresenta uma série de advertências e ensinamentos que, embora tenham sido escritos há milênios, ainda ecoam fortemente em nossos dias. Em Apocalipse 2:15, Jesus se dirige à igreja em Pérgamo, reprovando a presença dos nicolaítas, um grupo que promovia práticas que se distanciavam dos princípios cristãos. A exortação de Cristo representa uma crítica àqueles que aceitam a imoralidade em nome de uma falsa liberdade, e essa mensagem ainda ressoa entre nós, especialmente quando olhamos para a postura de muitos pastores e cristãos em relação à política e à moralidade.

Nos dias atuais, temos observado com preocupação a crescente influência da políticagem na igreja. Repito: politicagem, não política. Muitos líderes religiosos, que buscam ser líderes nos reinos desse mundo, em busca de apoio e votos, muitas vezes se aliam a práticas que são diretamente contrárias aos ensinamentos bíblicos. Essa estratégia, que pode ser vista como um meio de ganhar influência, acaba por comprometer a integridade do evangelho. Assim como os nicolaítas, que toleravam práticas condenáveis em nome da convivência e da aceitação, muitos parecem hoje estar dispostos a silenciar a verdade em troca de reconhecimento e poder.

Além disso, a maldade e a enganação, representadas na figura de Jezabel em Apocalipse 3, são refletidas em certas alianças que pastores estabelecem. Essa figura bíblica simboliza a corrupção moral e a manipulação, e, assim como Jezabel buscou levar o povo a adorar ídolos, muitos cristãos contemporâneos se vêem seduzidos por promessas políticas que ignoram os preceitos divinos. A tolerância a práticas que vão contra os valores cristãos, em nome do pragmatismo político, é uma traição ao evangelho.

A crítica de Cristo à Igreja de Pérgamo é clara: "Você tem alguns que seguem a doutrina dos nicolaítas". Essa afirmação não é apenas uma observação, mas uma condenação. E não é relacionada só àqueles que praticam. A igreja está chamada a ser o sal da terra e a luz do mundo (Mateus 5:13-16), e o que vemos atualmente é uma diluição dessa responsabilidade. O compromisso com a verdade deve prevalecer sobre a busca por aprovação política ou social.

Os pastores, como guias espirituais, têm a responsabilidade de conduzir os fiéis em caminhos de justiça e verdade. No entanto, quando eles flertam com práticas que são incompatíveis com o cristianismo, tornam-se cúmplices de um sistema que agride os valores do Reino de Deus. O Apocalipse nos alerta sobre os perigos da acomodação e da conformidade, e é crucial que os líderes religiosos estejam cientes de que a verdadeira missão da igreja não é ganhar votos, mas sim discipular na verdade e amor de Cristo. Cristo não veio ganhar o mundo através da política, mas sim, através da pregação do evangelho.

É necessário, portanto, um chamado à reflexão. Será que a busca por aceitação e reconhecimento está nos levando a tolerar práticas que são abomináveis aos olhos de Deus? Precisamos avaliar nossos compromissos e questionar se estamos, como igreja, fortalecendo a verdade ou simplesmente angariando votos. Assim como Cristo disse aos que toleravam os nicolaítas e as práticas de Jezabel, precisamos ouvir a sua voz e retornar ao caminho da retidão.

A mensagem de Apocalipse 2:15 e os ecos de Jezabel ainda continuam como um grande aviso. Há um convite à igreja para que ela se mantenha firme em suas convicções e não se deixe seduzir por falsas promessas. Além do mais, essa é uma passagem difícil de ser aplicada em sua integridade, pois não é algo que depende de nossa ação direta, mas da tolerância à ações errôneas de terceiros. Imagina tentar manter tamanha integridade dentro de uma campanha eleitoral, fazendo parte de partidos que, na maioria das vezes, defendem ou propagam ideias que vão contra os ideais cristãos...

Devemos, acima de tudo, ser defensores da verdade e da moralidade, mesmo que isso signifique ir contra a correnteza de uma sociedade que valoriza mais a aceitação do que a integridade, isso vale para todos nós e vai muito além do período eleitoral. Que sejamos, portanto, fiéis à boa nova de Cristo, rejeitando tolerâncias que somente nos afastam do nosso verdadeiro propósito.


*Wanderson R. Monteiro
Autor do livro “Cosmovisão Em Crise: A Importância do Conhecimento Teológico e Filosófico Para o Líder Cristão na Pós-Modernidade”.
Dr. Honoris Causa em Literatura e Dr. Honoris Causa em Jornalismo.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia. Acadêmico Correspondente da FEBACLA.
Acadêmico Fundador da AHBLA. Acadêmico Imortal da AINTE.
Vencedor de quatro prêmios literários. Coautor de 15 livros e quatro revistas.
(São Sebastião do Anta - MG)

 

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