A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para extraditar Antonio Parada Vaca, ex-diretor de Recursos Humanos da Prefeitura de Santa Cruz de la Sierra. Ele é acusado de liderar o maior esquema de corrupção da Bolívia, que criou cerca de 800 cargos-fantasmas no governo municipal. Após as investigações, Vaca e seu irmão fugiram para Corumbá (MS) e pediram asilo ao governo brasileiro.
A investigação revelou que o patrimônio de Vaca era incompatível com seu salário, de apenas 3.400 bolivianos. Um pente-fino identificou transferências de US$ 1,2 milhão para os Estados Unidos, além da aquisição de 18 veículos e 15 imóveis. O esquema, operado entre 2014 e 2018, movimentava dinheiro desviado por meio de contas abertas em nome de funcionários fictícios.
Antonio Parada Vaca foi incluído na lista de procurados da Interpol em dezembro de 2021. No mês seguinte, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão, que ocorreu em 25 de janeiro de 2022. A defesa alegou perseguição política e tentou substituir a prisão preventiva por outras medidas, mas o pedido foi negado pelo STF.
A decisão pela extradição foi confirmada em 14 de março, em sessão virtual. O ministro relator Alexandre de Moraes destacou que não havia indícios de perseguição política nem de manipulação dos valores desviados. A decisão foi unânime entre os ministros da Primeira Turma, mas a extradição agora depende da autorização do presidente da República.