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Evento

União planeja pacote de medidas para transformar terra indígena em modelo no Brasil

Após a liberação dos recursos federais para a indenização dos fazendeiros, o governo conseguiu concretizar a retirada dos proprietários rurais da área

Viviane Freitas
Capital News

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) se prepara para entregar oficialmente, na próxima semana, a Terra Indígena (TI) Ñande Ru Marangatu, localizada em Antônio João, ao povo guarani-kaiowá. O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acompanhará a entrega de um pacote de políticas públicas destinadas a transformar a área em um modelo para outras terras indígenas no país. Segundo o secretário-executivo do MPI, Eloy Terena, o objetivo é não apenas entregar a terra, mas também implementar projetos para melhorar a qualidade de vida dos moradores.

Após a liberação dos recursos federais para a indenização dos fazendeiros, o governo conseguiu concretizar a retirada dos proprietários rurais da área. O Ministério agora está trabalhando em parceria com outros órgãos para implementar diversas ações. Entre elas, o MPI planeja lançar um plano de gestão territorial e um projeto de quintais produtivos. Além disso, estão sendo discutidas ações nas áreas de saúde e infraestrutura, como o acesso à água potável e a inclusão de comunidades indígenas no programa Minha Casa, Minha Vida.

A TI Ñande Ru Marangatu, que foi palco de intensos conflitos entre indígenas e fazendeiros, viu sua situação ser resolvida de forma inédita em setembro, com um acordo de indenização de R$ 146 milhões entre a União e os proprietários rurais. Esse acordo, mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), inclui o pagamento de R$ 102 milhões pela União pelos 9.317 hectares da terra, além de contrapartidas estaduais e compensações pelas benfeitorias feitas na área.

O processo de demarcação da TI, que estava paralisado desde 2005 devido a disputas judiciais, foi finalmente concluído com a saída dos fazendeiros da terra. Esse acordo é considerado histórico, pois representa a primeira vez que o governo federal indeniza os fazendeiros por benfeitorias em terras indígenas. O desfecho também pode servir como referência para outras áreas do país que enfrentam conflitos semelhantes. A negociação no STF ocorreu após a morte de um indígena em um confronto com a Polícia Militar, o que acelerou a busca por uma solução pacífica.

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