A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por planejarem um golpe de Estado com o objetivo de manter o ex-presidente no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Entre os indiciados estão militares de alta patente, incluindo o general reformado Laércio Vergílio, de 69 anos, residente em Campo Grande, e coronéis que passaram por Mato Grosso do Sul, apontados como participantes da trama golpista.
Laércio Vergílio, que já foi alvo da Operação Tempus Veritatis, teve sua casa no Bairro Buriti, em Campo Grande, vasculhada pela Polícia Federal em fevereiro deste ano. Segundo as investigações, ele fazia parte de uma “ala militar” que planejava ações para tomar o poder após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante depoimento à PF, Vergílio negou qualquer envolvimento no plano, que incluía, supostamente, a prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Outro nome destacado no relatório é o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, preso nos Estados Unidos em fevereiro. Até janeiro de 2022, ele comandava o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bela Vista, Mato Grosso do Sul. Além dele, o tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliére de Medeiros, que já atuou no Estado, também foi indiciado, apesar de sua atual localização ser incerta.
Entre os crimes imputados aos 37 investigados estão abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Além de Bolsonaro, a lista inclui o general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente, e o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O relatório foi encaminhado à PGR, que decidirá se apresenta denúncia contra os acusados.