Um treinador foi flagrado agredindo alunos durante um treinamento em uma escola de formação de vigilantes em Campo Grande (MS). Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o instrutor jogando água no rosto e no nariz dos alunos enquanto eles estavam deitados.
A Polícia Federal informou que a empresa responsável foi autuada e multada, além de o instrutor ter sido descredenciado para ministrar aulas em escolas de formação. A Escola de Formação de Vigilantes Defendi, onde o caso ocorreu, preferiu não se manifestar sobre o ocorrido.
Em áudios compartilhados nas redes sociais, um ex-aluno relatou que, em um determinado momento, mais de 40 pessoas foram reunidas para uma "oração do vigilante". No instante em que os alunos abriam a boca, o treinador lançava spray de pimenta e gás lacrimogêneo em seus rostos. Também há denúncias de que ele fazia comentários gordofóbicos e xenofóbicos durante as aulas.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Segurança Privada (CONTRASP) divulgou uma nota de repúdio, destacando que as imagens expõem cenas de extrema violência e negligência, colocando em risco a integridade física e psicológica dos alunos.
Nota de Repúdio
"A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Segurança Privada (CONTRASP) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio aos graves e inadmíssiveis atos praticados por um instrutor da Escola de Formação de Vigilantes Defendi Ltda, conforme denúncia formalizada pelo presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança de Mato Grosso do Sul (SEESVIG/MS), Sr. Celso Adriano Gomes da Rocha.
As imagens divulgadas expõem cenas de extrema violência e negligência, nas quais fica evidente o grave risco de afogamento e outras lesões físicas e psicológicas impostos aos alunos durante o treinamento. Tais métodos não apenas desrespeitam as normas técnicas e legais que regulamentam a formação de vigi-lantes, mas também colocam em perigo a vida e a integridade dos estudantes, ferindo princípios básicos de dignidade e segurança no trabalho.
A CONTRASP considera inaceitável que uma instituição responsável pela capacitação de profissionais de segurança privada utilize práticas que banalizam a violência e o desprezo pela vida, em total desacordo com os preceitos éticos e pedagógicos que devem orientar a formação na área.
Diante disso, exigimos uma apuração rigorosa dos fatos e a responsabilização dos envolvidos, tanto na esfera administrativa quanto judicial. Reafirmamos nosso compromisso com a valorização dos trabalhadores em segurança privada e com a defesa de uma formação profissional digna, segura e dentro da legalidade.
Informamos que, o SEESVIG/MS, está adotando todas as medidas jurídicas necessárias para garantir que casos como esse não se repitam.
Não nos calaremos diante de atos de desumanização contra a cate-goria. Segurança privada é dignidade, respeito e trabalho sério!"