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Executivo Quarta-feira, 07 de Agosto de 2024, 14:44 - A | A

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Ministra dos Povos Indígenas

Sônia Guajajara intervém em conflito fundiário e promete reforço da segurança para indígenas

Violência recente contra guarani-kaiowá e disputas sobre a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica motivam visita e novas medidas do governo federal

Elaine Oliveira
Especial para o Capital News

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, visitou Douradina (MS) nesta terça-feria (6), acompanhada por uma comitiva para dialogar com lideranças indígenas e produtores rurais. O foco do encontro foram as recentes ocupações realizadas por grupos guarani-kaiowá em áreas que eles reivindicam como territórios tradicionais. Essas ocupações, descritas pelos indígenas como “retomadas”, intensificaram a violência contra a comunidade, que enfrenta um prolongado conflito fundiário.

No último fim de semana, dois ataques armados foram denunciados por lideranças indígenas e organizações indigenistas a acampamentos na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, localizada em Douradina. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pelo menos nove indígenas ficaram feridos, e houve destruição de barracos e pertences pessoais, além de incêndios. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram a presença de veículos ao redor das áreas ocupadas.

A ministra Guajajara enfatizou que a visita tinha o objetivo de buscar a paz e afirmou que a violência não beneficia ninguém – nem produtores rurais, nem indígenas, nem o governo federal. Ela destacou a necessidade de diálogo e a urgência em cessar os ataques. Em reunião com a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, e o coordenador da Força Nacional de Segurança Pública, Luis Humberto Caparroz, a ministra ressaltou a importância de ouvir todos os lados envolvidos para encontrar uma solução pacífica.

Sonia Guajajara também anunciou o reforço da presença da Força Nacional na região, autorizado para garantir a segurança dos povos indígenas e evitar novos conflitos. A ministra assegurou que o governo está empenhado em retomar os processos de demarcação de terras indígenas que foram paralisados por disputas judiciais. Marcelo Bertoni, presidente da Famasul, comentou que tanto indígenas quanto produtores rurais são afetados pela situação e que resolver uma injustiça não deve criar novas. A Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, com cerca de 12 mil hectares, aguarda a conclusão do processo demarcatório, que foi interrompido por recursos judiciais.

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