Durante a sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) nesta quinta-feira (13), o atendimento da Casa da Mulher Brasileira foi novamente debatido. Os parlamentares discutiram a "falha" da delegada que atendeu a jornalista Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio, e, mais recentemente, outro caso de agressão envolvendo a sobrinha do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), que também é jornalista. O agressor, apesar de denunciado, continua em liberdade.
O deputado Paulo Corrêa relatou que, em vez de indiciar o agressor, a delegada indiciou o irmão da vítima como responsável pela agressão. Ele questionou: "Será que é desatenção? Não gosta de fazer o serviço?", e afirmou que o mesmo erro foi cometido pela mesma delegada que atendeu o caso de Vanessa Ricarte. "Quando você é indiciado, seu nome vai para o Sistema de Gerenciamento Operacional da Polícia. Mas não é só isso. Saiu uma ordem de prisão mandando prender o meu sobrinho, e não o cara que bateu na minha sobrinha."
A situação gerou indignação entre os deputados, que cogitaram o pedido de afastamento da delegada. "Eu pergunto: o que nós estamos esperando para pedir o afastamento imediato dessa delegada, que falhou de maneira tão clara no atendimento da Vanessa Ricarte e, agora, tão pouco tempo depois, em um caso flagrante?", disse o deputado Pedro Pedrossian (PSD). A discussão também abordou o caso do músico agressor, que recebeu uma autorização para visitar a filha, mesmo estando proibido de se aproximar da vítima.
O deputado Paulo Corrêa expressou seu temor de que a decisão do desembargador, que concedeu habeas corpus ao agressor, possa resultar em um desastre. "O cara, por nada, quebrou o nariz da minha sobrinha. O próximo passo, se ele for visitá-la, com certeza será matá-la", alertou o deputado. Ele também pediu uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça para discutir a suspensão das visitas.
Enquanto alguns deputados pediram o afastamento imediato da delegada, outros destacaram a importância da Casa da Mulher Brasileira, apesar das falhas no atendimento. O deputado João Henrique Catan (PL) chamou a conduta do agressor de "nojenta", afirmando que "o que ele fez é indefensável e motivo suficiente para estar em cárcere". A situação gerou uma forte reflexão sobre a eficácia do atendimento às mulheres em situação de violência.