Deputados de diferentes espectros políticos manifestaram repúdio ao atentado a bomba ocorrido na Praça dos Três Poderes, em Brasília, nesta quarta-feira (13). O episódio resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque, após a explosão de artefatos que ele próprio carregava.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que acompanha as investigações e confia nos órgãos de segurança e nas instituições do Estado. "É fundamental que haja punição rigorosa caso seja comprovada motivação política", ressaltou Guimarães.
Por outro lado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) negou qualquer ligação do autor com o ex-presidente Jair Bolsonaro ou o PL. "Ele foi candidato pelo PL em um momento em que Bolsonaro sequer estava no partido. Além disso, deixou mensagens no WhatsApp antes do crime, mostrando que não era nem Lula nem Bolsonaro, muito mais um 'isentão'", declarou Eduardo.
Já o líder da oposição, deputado Filipe Barros (PL-PR), afirmou que o atentado foi um suicídio e não uma tentativa de ataque aos Poderes. Ele acusou parlamentares de esquerda de usar o episódio para barrar o projeto que busca anistiar os presos pelos atos de 8 de janeiro.
Em contrapartida, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) classificou o atentado como parte de uma "escalada de atos golpistas" no país. "É necessário enterrar qualquer projeto de anistia e enfrentar os grupos de extrema-direita que alimentam atos como este", declarou.
Repercussão e cancelamentos
Após o atentado, a Praça dos Três Poderes foi isolada, e a Câmara dos Deputados cancelou a sessão solene prevista para esta quinta-feira (14). No entanto, comissões mantiveram agendas específicas, como uma audiência pública sobre professoras da educação infantil.
Autor conhecido por deputado
O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) revelou conhecer Francisco Wanderley Luiz, natural de Rio do Sul (SC). "A última vez que conversei com ele foi em maio de 2023, em meu gabinete. Lamento profundamente os acontecimentos e me solidarizo com a família", afirmou Goetten em nota oficial, destacando seu repúdio a atos de violência que colocam vidas em risco.
Enquanto investigações avançam, o episódio reacende debates no Congresso sobre segurança, motivação política e medidas contra extremismos.