123 anos de história: Campo Grande e suas curiosidades

Capital cresce, mas ainda mantém aspectos de cidade interiorana

Renata Silva
Especial para o Capital News

Deurico/Capital News

Córrego Prosa

O ano era 1872 quando o mineiro José Antônio Pereira decidiu desbravar o Sul do Mato Grosso (na época), após relatos de mineiros que teriam batalhado na Guerra do Paraguai.

Arquivo / Arca

117 anos de estilo e diferentes Projetos Arquitetônicos que tornam única Campo Grande

No dia 4 de abril de 1912 criada a paróquia de Campo Grande

Ao chegar na capital morena, se estabeleceu na confluência dos córregos Prosa e Segredo aonde vislumbrou um local propício para a morada, assim iniciava os primeiros relatos da fundação de Campo Grande.

Três anos depois, o mineiro traz para a capital a família (esposa e oito filhos), escravos e outras pessoas. A região começava a se desenvolver por causa do clima e da privilegiada situação geográfica, motivo que atraiu habitantes de municípios de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Nordeste.

Divulgação/Arca

Rua 14 de Julho em 1923

Segundos os historiadores, nos primeiros anos da chegada de José Antônio a Capital, a cidade era considerada uma vila, realidade que só mudou em 26 de agosto de 1899. O governo estadual da época promulgou a emancipação da vila e a elevou à condição de município com o nome de Campo Grande, tendo como primeiro prefeito Francisco Mestre (até 1º/11/1904).

O nome Campo Grande, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia – IBGE, origina-se do vastíssismo campo que se estende a sudoeste da cidade, imediatamente após seu ponto de origem. Há a versão de que o nome deriva da expressão “o campo é grande” como o fundador falava para os primeiros que ali chegavam.

Roberto Higa/Foto cedida

Mato Grosso do Sul completa 38 anos de emancipação política

Carreata, confete e serpentina: virou Carnaval nas ruas de Campo Grande no dia da emancipação política do Estado

Os estudos para a divisão do estado de Mato Grosso começaram em 1975, a decisão saiu dois anos depois e Campo Grande foi escolhida como a Capital de Mato Grosso do Sul. A cidade é a quarta maior capital do Brasil em área, além de ser a cidade sul mato-grossense mais populosa.

População de Cidade Morena
Segundo a última estimativa do IBGE de 2010 Campo Grande tem 916.001 habitantes, o bairro mais populoso da capital é o Aero Rancho com 36.057 pessoas. Ainda segundo dados do instituto, o subdistrito mais populoso é a Região Urbana do Anhanduizinho com 185.558.

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de clima seco, sol, agua de coco

Clima de Campo Grande

A cidade possui um clima bastante heterogêneo, sendo o tropical continental o predominante. A capital é marcada por uma estação quente e úmida e outra amena e seca que se concentra entre junho e setembro.

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de trânsito, táxi, Uber, IPVA, pedestre, centro, transporte

Veículos
De acordo com dados do Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul, Campo Grande possui uma frota de 637.153, sendo 325.079 carros, 60.993 caminhonetes e 138.539 motocicletas. No ano passado o órgão havia registrado um aumento de 284,2% na frota de veículos apenas no período pós centenário. Ou seja, se em agosto de 1999 a Cidade Morena possuía uma frota de 159.173 veículos, esse número saltou para 611.564 no mesmo período de 2021, um crescimento que quase quadruplicou a evolução da frota em Campo Grande.

Campo Grande, 123 anos

Acervo pessoal

Entre os pontos negativos, está o fato da cidade ter crescido só que em bairros distantes

Campo Grande nesta sexta-feira (26) completa 123 anos de história, uma cidade ímpar e que embora no interior do Brasil, os campograndenses tiveram o privilégio de ter uma ferrovia que nos ligava aos grandes centros. Nesses mais de cem anos a capital evoluiu em vários aspectos como em infraestrutura, mas algumas lacunas ainda permanecem abertas. A Maria Madalena Dib Mereb Greco é historiadora e Diretora Executiva e responsável pelo acervo técnico do Instituto Histórico e Geográfico de MS aponta alguns pontos negativos e positivos de Campo Grande. Segundo a historiadora, embora a capital ainda possua ar de cidade interiorana é referência em muitos pontos entre eles o saneamento básico, as ruas elaboradas e universidades importantes.

Entre os pontos negativos, está o fato da cidade ter crescido só que em bairros distantes, “na sua franja”, como Maria Madalena chama, deixando o centro da cidade vazio. “Nós precisamos avaliar essa cidade que teve esse crescimento alargado, que cresceu na sua franja e hoje nós estamos com um centro aqui que depois que o comércio vira fantasma, mas é possível resolver e transformar tal realidade”, detalhou.