“Olá, bom dia! Em que posso ajudar?” É com essa simpatia que há quase 40 anos, a comerciante Maria Alves de Queiroz, de 58 anos, trabalha no mesmo endereço, no centro da Capital Morena. Foi na rua Barão do Rio Branco, que criou seus dois filhos, com a renda da venda dos salgados.
Ali, viu Campo Grande crescer e se transformar com motivos para celebrar e outros nem tanto. Isso porque, em quase quatro décadas de história, ela viu o centro da cidade mudar, de principal endereço de compras dos campo-grandenses a um ambiente esquecido pelo poder público.
A gente passa o ano inteirinho pagando os nossos encargos
Por isso, ela e os colegas comerciantes não têm muitos motivos para celebrar os 125 anos de Cidade Morena. “A gente passa o ano inteirinho pagando os nossos encargos, chega no final do ano não temos uma atração, um incentivo para atrair os clientes”, reitera.
Embora sejam gratos a tudo que Campo Grande lhes deu, o cenário de abandono traz mais razões de tristeza que de comemoração. “Esse calçadão já foi bem melhor do que está agora cheio de buracos”, destaca. Ela lembra que uma senhora de 84 anos de idade quebrou o braço após tropeçar.
É triste, entendeu?
O centro da cidade precisa de manutenção, investimento na segurança, de atrativos para atrair os clientes. “Eu vejo a falta de movimento, cada pai de família ali, parado na frente de uma loja, esperando o cliente vir. É triste, entendeu?” enfatiza.
Maria sugere que o poder público invista em alternativas como as dos Shoppings, que têm um local de lazer onde os pais deixam seus filhos enquanto vão as compras. Além disso, um atrativo para que, em datas comemorativas, como essa do aniversário de Campo Grande, o campo-grandense traga, a sua família para o centro da cidade.
O poder público poderia olhar com carinho a contribuição que cada comerciante deu para a história de Campo Grande, finaliza a comerciante. Por isso, 26 de agosto, para ela, não traz sentimento de festa.