No berço da Avenida Guaicurus, o chão avermelhado hoje dá lugar ao asfalto, recentemente pavimentado. Quem vive por lá, sabe que a capital, nasceu para ser grande, mas sem perder a essência de quem sempre cuidou do campo. Deve ser por isso que o sol aparece sempre por lá primeiro, antes de iluminar a Afonso Pena e a Mato Grosso.
Vários são os lugares comuns para os campo-grandenses, e para quem está de passagem e decide ficar um pouquinho mais pra caminhar pelo Parque das Nações Indígenas, ou quem sabe comer um sobá na Feira Central. Opa. Mas, peraí! O sobá não é japonês ou chinês, sei lá? Pode até ser, mas foi aqui que ele ganhou sabor sertanejo.
Falando em sertanejo, será que tem baile na Colônia Paraguaia hoje? ‘Eita pêga’, mas eu tenho que arrumar uma bota pra dançar essa ‘vanera’. Será que vai ter show do Luan Santana, ou do Michel Teló? Quer saber, acho que vou perguntar pra aquele vendedor ambulante ali na Praça Ary Coelho.
Neste movimento todo da capital, até parece cidade metropolitana, mas é só o termômetro subir um pouquinho, que você já vai ver uma roda de tereré na calçada, e se quiser fazer a sua também, o Mercadão fica logo ali, pra conseguir a sua erva, bomba e cuia.
A cultura dessa ‘Morena’ vai além da Afonso Pena, com o seu Obelisco, Relógio e Morada dos Baís. Basta se dispor para um passeio pela Orla Morena e será possível perceber que nada é igual por aqui. Nem mesmo o feijão que pode ser carioquinha, preto ou fraldinho. Mas o que não pode ser diferente é a sopa paraguaia. Essa sim é única. Deve ser respeitada até no Parque dos Poderes. Se bem que o pastel do Mercadão também deveria ser patrimônio.
Esse passeio deve acabar no mesmo lugar onde começou, no coração da Cidade Morena, que aluga o pôr-do-sol em todos os fins de tarde para mostrar os encantos de Campo Grande.
Fotos históricas