Os agricultores colheram 72,8% dos 2,4 milhões de hectares cultivados com soja em Mato Grosso do Sul até março. A Associação dos Produtores da oleaginosa (Aprosoja/MS) ainda projeta uma safra recorde de 7,4 milhões de toneladas do grão, mesmo com estragos das chuvas.
De acordo com a Aprosoja/MS, dados apurados pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), indicam que a colheita da safra atual continua atrasada quando comparada a evolução das últimas três temporadas. Em relação ao ciclo anterior, por exemplo, o retardamento é de aproximadamente 14%.
As chuvas afetaram todo o ciclo de produção da oleaginosa. Primeiro foi a estiagem em outubro de 2015, época da semeadura, que forçou muitos produtores a aguardarem a chuva e a melhoria da umidade do solo para o plantio. Depois foi o excesso de chuva, entre dezembro e fevereiro, o que alagou muitas áreas, provocando, inclusive, perdas, além de favorecer o desenvolvimento de doenças nas lavouras.
O grande volume de chuvas também afetou a infraestrutura logística, as estadas e pontes, utilizadas pelos produtores para chegar até as lavouras, o que dificultou o manejo adequado das áreas cultivadas e retardou o início da colheita, além de estar afetando neste momento, o escoamento da produção nas áreas onde o trabalho já foi realizado.
De acordo com a Aprosoja/MS, dos 35 municípios analisados pelo Siga, nove já contabilizavam perdas nas lavouras de soja em razão do excesso de chuva. Os índices variam de 10% a 40%, sendo este percentual maior registrado em Maracaju, justamente o maior produtor do grão em Mato Grosso do Sul.