O governo anunciou mais uma medida para frear as demissões feitas por frigoríficos em Mato Grosso do Sul, a redução no ICMS. Esta semana, mais um frigorífico do Estado, o Torlim, localizado em Amambai, anunciou férias coletivas a cerca de duzentos empregados. Trabalhadores que atuam no setor estão apreensivos.
Os sindicalistas cobram um esforço maior dos donos de frigoríficos para evitar demissões. O clima entre os trabalhadores é de preocupação e insegurança.
“Muitos trabalhadores tem seus carros e casas financiados e quando o trabalhador começa a ter férias coletiva ele fica apreensivo”, disse o presidente do sindicato dos trabalhadores na industria da alimentação Rinaldo Salomão.
E a crise não dá sinais de que vai passar tão rápida. No início do mês passado, os funcionários do frigorífico Independência foram surpreendidos depois de quase quarenta dias de férias coletivas. Na data marcada para o retorno ao trabalho, o anúncio de cerca de 600 demissões. A justificativa foi a queda do abate em Mato Grosso do Sul e houve protesto.
No final do ano passado, outro frigorífico o Campo Oeste deu férias coletivas para mais de 400 funcionários. A dívida com os fornecedores era estimada em 12 milhões de reais. Com o fechamento das portas, foi suspenso o abate de 17 mil cabeças de gado por dia.
De acordo com o sindicato que representa os trabalhadores da indústria da alimentação, dos 26 frigoríficos do estado, 6 estão fechados há vários meses e 4 anunciaram féria coletivas. Nos últimos 90 dias, foram mais de 3 mil demissões. Em meio a uma das piores crises do setor, a orientação é para que o produtor tenha muita cautela.
“O produtor tem que estar muito atento pra quem ele esta vendendo então ao negociar tem que ter cautela”, ressalta o vice-presidente da Famasul Eduardo Riedel.
Enquanto isso, o governo do estado anunciou uma redução de 50% no valor do ICMS para os frigoríficos. Um benefício que só vai valer para as empresas que mantiverem 95% do quadro de funcionários.
“O estado abre mão de metade do imposto, mas tem que manter 95% dos empregos”, concluiu o governador André Puccinelli. (Com MS Record)