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Rural Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014, 11:32 - A | A

Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014, 11h:32 - A | A

Cana sofrerá consequências de geadas por mais dois anos

Lucas Junot - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A produção de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul sofrerá as consequências na qualidade e produtividade por mais dois anos, conforme apontou Dinailson Correa de Campos, da Fermentec - empresa especializada em transferência de tecnologia do setor sucroenergetico, em sua apresentação, no Showtec 2014. As geadas afetam diretamente o ATR (Açúcar Total Recuperável) do produto.

Nas três usinas que eles assessoram no Estado, o ATR caiu de 137 Kg/t para 126,74 Kg/t. Informação não muito diferente dos dados coletados da Biosul – Associação de Produtores de Bioenergia de MS, que no resultado da safra, mostrou uma retração de 7,39% do ATR/tc nas usinas do Estado. A queda registrada na região Centro-Sul do Estado foi de 1,64%. O ATR corresponde à quantidade de açúcar disponível na matéria-prima subtraída das perdas no processo industrial, e nos preços do açúcar e etanol vendidos pelas usinas nos mercados interno e externo.

Além da geada, a falta de chuva também prejudicou a qualidade da cana. “Em 2013, tivemos um saldo negativo de 150 mm quando comparado com 2012”, apontou. O ano passado também foi mais frio que o ano anterior. “Não podemos colocar a culpa apenas na geada”, alegou.

Para garantir menos perdas com a geada, o técnico apontou a necessidade de moer o mais rapidamente possível a cana. “É claro que depende da capacidade de moagem de cada usina e a quantidade de área atingida pela geada”. Conforme o técnico, o estado ainda vai sofre dois ou três anos as consequências dessa intempérie climática.

Na última safra, foram moídas 41.496.041 toneladas de cana-de-açúcar na safra 2013/2014. O volume é 11,28% maior quando comparado à safra anterior, quando o Estado produziu 37,30 milhões de toneladas.

Conforme o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, os eventos naturais como excesso de chuvas, geadas e seca refletiram na produção de duas formas - no volume de cana, com queda de cerca 4 milhões de toneladas, e na sua qualidade, medida através da quantidade de açúcar extraído, que ficou em 127kg, cerca de 10kg abaixo do projetado. “A seca nos primeiros meses do ano e o excesso de chuvas em abril e junho prejudicaram a colheita, no entanto, o fator determinante para essa perda foram as geadas de julho e agosto”, apontou.

Nas áreas afetadas, a cana se degrada rapidamente, tendo que ser colhida mesmo que não esteja no seu ponto ideal de corte, além disso, a planta se esforça para sobreviver através de brotação lateral. Esse processo gasta energia, gasta açúcar, o que causa uma significativa perda na sacarose da cana.

Showtec

Destinado aos produtores e empreendedores rurais, técnicos agrícolas, acadêmicos, entre outros, o Showtec é uma feira anual onde são apresentados produtos e serviços ligados ao setor agropecuário, lançamentos, inovações tecnológicas, sistemas de produção, palestras técnicas e resultados de pesquisas que contribuem para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

O evento, que irá acontecer até 24 de janeiro, em Maracaju, é realizado pela Fundação MS e tem como principais apoiadores o Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Sistema OCB/MS e Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) e conta com a participação de outras entidades e instituições de pesquisa.
 

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