Depois de cumprir pena no sistema penitenciário, o ex-detento tem dificuldade de retornar à vida em sociedade devido ao preconceito e falta de capacitação. Sem oportunidades, acaba voltando à criminalidade, trazendo prejuízo para a população e para o Estado. Mas um encontro nesta terça-feira com representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de MS – FAMASUL, Federação das Indústrias do MS, Federação do Comércio de MS - Fecomércio e Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul pretende reverter este quadro.
Foi proposto um acordo, que será assinado com o Estado, que prevê a capacitação de presidiários por meio de cursos e treinamentos para as áreas do comércio, indústria, agricultura e pecuária. Eduardo Riedel, vice-presidente da Famasul, complementou que a instituição, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR/MS, poderá promover treinamentos para que os detentos possam aprender a plantar e fazer a manutenção de hortas e plantações, bem como a criação de animais para a produção de ovos e carnes para subsistência das unidades.
Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a idéia é fazer com que o detento tenha a oportunidade de não só reduzir sua pena, como também aprender uma profissão para que possa se sustentar quando ganhar a liberdade. “Por meio do Sesi e Senai, podemos promover oficinas de costura e capacitação em várias áreas da construção civil”, explica.
O vice-presidente da Fecomércio/MS, Edison Araújo, enfatizou que o problema da segurança pública é de todos e que entidades de classe precisam fazer sua parte. “O Sistema Fecomércio, que engloba o Sesc – Serviço Social do Comércio e Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, tem projetos interessantes que poderiam, por exemplo, capacitar as detentas do presídio feminino com cursos de gastronomia, manicura, pedicura e cabeleireira ou mesmo os detentos da unidade semi-aberta com cursos de produção de refeições para consumo próprio”, complementa Edison.
O secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, disse que aposta na parceria com a iniciativa privada também como forma de solucionar os problemas de criminalidade no estado. “Com a participação dos diversos setores poderemos mapear os principais problemas de segurança em Mato Grosso do Sul e atuar também de forma pontual para coibir focos de criminalidade, como roubos a fazendas, ônibus, pontos comerciais, cargas de caminhões, entre outros”.
