Fronteira boliviana realiza primeiro leilão de gado

A região de Puerto Suárez foi contemplada sexta-feira(09), com seu primeiro leilão de gado e a Embrapa Pantanal esteve representada pelo chefe-geral, José Aníbal Comastri Filho, e pelo pesquisador Roberto Aguilar.

O 1º Gran Remate de Ganado en Pie aconteceu no Hotel El Pantanal, na estrada que liga Puerto Quijarro a Puerto Suárez. Foram ofertados cerca de cem touros e tourinhos. O evento reuniu pecuaristas bolivianos e brasileiros que têm terras naquele país. Uma banda com dez músicos de Santa Cruz de La Sierra tocou na abertura do leilão, que foi organizado pela Asociación de Ganaderos de Puerto Suárez e pela Fegasacruz (Federación de Ganaderos de Santa Cruz).

O presidente da federação, Guido Nayar Parada, disse que a instituição tem uma política de valorização de algumas raças, como gir, zebu e brahma. Para isso, está premiando os melhores produtores, divulgando lojas e produtos brasileiros e bolivianos em seu site e implementando os leilões. "Este é o primeiro de Puerto Suárez. É difícil, mas há potencial."

Segundo ele, no ano que vem a federação deve assumir as obras de infra-estrutura da feira agropecuária realizada na semana passada naquela região. Ele prevê um investimento de US$ 80 mil a US$ 100 mil. Neste ano a estrutura foi financiada pela federação e pelo governo do Departamento de Santa Cruz.

Parada falou também que a federação reúne 37 associações de criadores no Departamento e que cada uma delas deve promover pelo menos um leilão oficial por ano. "Isso não é um limite. Elas podem promover mais. Nossa intenção é que todo fim de semana aconteça um leilão em qualquer parte do Departamento de Santa Cruz."

Pecuaristas brasileiros que têm criação em território boliviano disseram que os leilões na fronteira são fundamentais para o crescimento e para regular o mercado. Para eles, esse mecanismo de venda facilita os negócios.

Edimir Yorge, presidente da associação de criadores, disse que 70% do gado da província de Santa Cruz pertencem a brasileiros.


Profissionalização

O presidente da federação informou que a Bolívia tem um rebanho estimado em 6,5 milhões de cabeças. Os investimentos em pecuária vêm aumentando e no último ciclo de vacinação contra a febre aftosa foram aplicadas 2,5 milhões de doses. O próximo ciclo começa agora e termina em 15 de dezembro.

As vacinas são pagas pelos criadores. "Neste ano eles investiram 11 milhões de bolivianos [moeda local] no combate à aftosa."

No fim do primeiro ciclo, representantes da Embrapa Pantanal (unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA) estiveram na Bolívia para acompanhar a comemoração dos resultados.

Na semana passada o governo do Mato Grosso do Sul anunciou que o Estado se tornou livre de aftosa com vacinação, status que havia perdido em 2005, quando focos da doença foram localizados no Estado