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Rural Domingo, 02 de Dezembro de 2007, 10:49 - A | A

Domingo, 02 de Dezembro de 2007, 10h:49 - A | A

Fronteira continuará como Zona Tampão

Correio do Estado

A secretária de Produção e Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias falou à imprensa na sexta-feira pela manhã sobre a reunião que manteve em Brasília, com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e também com o ministro Reinhold Stephanes, para discutir a Zona de Alta Vigilância.
Esta Área de Alta Vigilância envolverá cerca de 4 mil propriedades, todas cadastradas por georeferenciamento, numa faixa de 15 quilômetros a partir da fronteira paraguaia, com o mesmo espaço do outro lado em território paraguaio.

Uma série de exigências está sendo definida com o Ministério da Agricultura e a OIE no que se refere ao trânsito de animais dessa região para fora. Um dos pedidos que foram feitos em Brasília pela secretária de Produção de MS, é que os técnicos do Mapa convençam a OIE de que não seja necessária a sorologia individual, por animal, no caso da necessidade de comercialização de rebanho para fora dessa zona tampão. Segundo Tereza Cristina, isso impliciará minutos gastos, repetição de exames caso apareça algum animal reagente, e muitas complicações que acabariam até inviabilizando os negócios pecuários na região.

A idéia é que se consiga alguma flexibilização nas regras exigidas pela OIE para que não se entrave completamente os negócios dentro dessa área. Foi anunciado inclusive que no próximo dia 12 chega ao Estado uma missão da OIE para um vistoria e o fechamento desses entendimentos. "Por enquanto existe uma minuta para consulta do setor e das instituições de classe, bem como dos órgãos de defesa sanitária estadual, como a Iagro e a Superintendência Federal da Agricultura, mas a palavra final é deles, dos técnicos da OIE", afirmou a secretária.

Da parte do Estado já está definido que serão instaladas 22 barreiras, postos fixos, que funcionarão 24 horas por dia para o controle do trânsito de animais e o cumprimento das normas que forem definidas. Será necessário, inclusive, mobilizar grande pessoal do Estado para a execução desse trabalho, aproximadamente 200 pessoas, conforme informou a secretária Tereza Cristina Dias.

Um instrumento que vai facilitar o trabalho, segundo ela, será a GTA eletrônica, que será estendida para todo o Brasil. "Mas será um trabalho vigoroso, uma fiscalização rígida para o cumprimento das normas", garantiu. E as normas não deverão ser brandas. Por exemplo, um caminhão transportando gado dentro da Área de Alta Vigilância, sem a GTA eletrônica correta, sem nota, será apreendido e todos os animais abatidos imediatamente, sem que haja direito a qualquer indenização.

Tereza Cristina também informou que está sendo realizado um trabalho muito aprimorado em termos de inteligência e informação, para evitar os abusos. "Tem gente vendendo gado para o Paraguai na região, e nós já estamos rastreando e vamos pegar", garantiu a secretária.

Os municípios

Ao todo 11 municípios - Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista, Caracol, Coronel Sapucaia, Japorã, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho e Sete Quedas - terão parte de seu território abrangido pela "faixa de alerta sanitário". Do total de 37.888 quilômetros quadrados de área, 11.129 quilômetros quadrados estariam dentro da Zona de Alta Vigilância da Febre Aftosa, ou seja, 29,27% da região. São 4.790 propriedades com rebanho de 763.962 animais. O rebanho bovino naquela região é de 2 milhões de cabeças. 


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