Ao estabelecer o entendimento entre indústria e produtores para a criação do Conselho Paritário entre Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite/MS), governo do Estado efetiva o novo estágio da pecuária leiteira sul-mato-grossense. Visando este objetivo, o executivo estadual, por meio da Secretária do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, pactuou nesta quinta-feira (5), ações efetivas para a implantação do projeto.
Dentre as meditas celebradas, estão o termo de cooperação técnica para a implantação, desenvolvimento e a operacionalização do Sistema Conseleite/MS. O documento foi assinado pelo Estado, Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Silems), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura do Estado (Fapems), a Fundação da Universidade Federal do Paraná para o Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura (Funpar) e Universidade Federal do Paraná (Ufpr).
Para a implantação, operacionalização e transferência metodológica do Conseleite/MS – em seus doze primeiros meses - foi celebrado um convênio entre o governo do Estado, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Departamento de Economia Rural e Extensão da Universidade Federal do Paraná (DRE/UFPR). Durante a solenidade, a secretária Tereza Cristina enfatizou o empenho pessoal do Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Marcio Portocarrero, na liberação dos recursos da ordem de R$ 180 mil, que serão destinados ao processo.
"A pecuária Leiteira é um setor que irriga diretamente a economia regional, abrangendo o pequeno produtor – assentado ou da agricultura familiar tradicional – portanto, é uma política governamental muito importante para Mato Grosso do Sul”, declarou, reconhecendo a importância desta ferramenta para a estruturação do setor.
O diretor-presidente da Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), José Antônio Roldão, concorda com a secretária. Ele também acredita que o Conseleite ampliará a produção e a qualidade do leite produzido na agricultura familiar estadual. “Quando se articula esta cadeia, os reflexos são altamente positivos”, e acrescenta, “O Conseleite é um instrumento que veio para organizar a cadeia e facilitar o trabalho da Agraer junto ao agricultor familiar”.
Lembrando do empenho do Governo Federal na implantação da Conseleite/MS, o Superintendente Federal de Agricultura no Estado (SFA/MS), Orlando Baez, revelou que o esforço agora, e fazer com que o leite brasileiro conquiste o mercado externo.
“Exportamos apenas para a Venezuela, Contudo, o Governo Federal acredita no potencial de Mato Grosso do Sul, tanto é que vamos viabilizar a implantação de um laboratório e toda a estrutura necessária para o funcionamento, além estabelecer novos convênios para capacitação e defesa sanitária”, adiantou.
O reitor da Uems, Gilberto José de Arruda, lembrou da importante responsabilidade que caberá a Universidade estadual no Conseleite/MS, que irá dar continuidade ao projeto após a conclusão dos estudos da UFPR. Ele acredita que esta missão, permitirá a instituição avançar em diversas pesquisas voltadas ao setor pecuário, além de cumprir seu papel social perante a sociedade.
“Vamos integrar ao Conseleite/MS aos programas de mestrados da instituição, agregando valor aos produtos e ações que trazem melhoria na qualidade de vida de nossa sociedade”, salientou.
E quanto aos resultados efetivos da ferramenta para a sociedade, o presidente do Conseleite/PR, Ronei Volpi, aponta a melhoria efetiva na qualidade do produto, uma das diretrizes de remuneração do produto. “O preço do produto estabelece um padrão, onde o preço pode oscilar em até 25%, premiando a qualidade”, salientou.
E ainda neste aspecto, o representante da UFPR, José Roberto Canziani, aponta na organização da cadeia, outro importante reflexo. Ele lembra que no Paraná, indústria láctea e produtores, apresentam melhor organização quando comparados a outros setores produtivos.
“A participação é efetiva, o Conseleite estimula a discussão e fomenta a organização da cadeia como um todo”, revela.
Consensual
Representando a Famasul, o vice-presidente Eduardo Riedel, elogiou a construção consensual do Conseleite/MS, lembrando que esta ação representa uma mudança de foco, dando novas perspectivas ao setor. Ele também declarou que o trabalho da secretária Tereza Cristina, ao integrar a cadeia e buscar recursos junto à esfera federal e parceiros em outros estados, foi fundamental para viabilizar um projeto sonhado há mais de oito anos.
“A participação da pesquisa será fundamental, e esta iniciativa não seria possível sem a ajuda da secretária Tereza, catalisadora deste processo”, pontuou.
O produtor Armando Pereira da Silva, ligado Grupo de Produtores de Leite de Mato Grosso do Sul (GPL), salientou que o evento representa um grande marco para o setor. Para ele, embora entre toda a cadeia estivesse consciente da necessidade da ferramenta, o mais difícil, pontua, era criá-lo realmente de forma consensual. “Este é o grande mérito deste projeto”, afirma.
Para o presidente do SILEMS, Edgar Rodrigues Pereira, o entendimento é necessário para que o setor tenha mais animo para produzir e investir. Outro aspecto positivo apontado por Pereira, será a transparência do processo de formação dos preços. “Vamos abrir nossa contabilidade, adotar critérios de classificação para o leite, remunerando a qualidade, o volume, enfim, vamos avançar”, assegura.
E o avanço da cadeia, que passará a fase da auto-regulamentação, foi parabenizado pelo representante da Assembléia Legislativa Estadual no evento, o deputado Zé Teixeira. O parlamentar, que é filho de produtores de leite do interior paulista, sentiu-se gratificado em estar presente neste momento em que à cadeia produtiva do leite da um salto qualitativo e quantitativo.
“A cadeia está unida, e caminha para um novo patamar, realmente como uma atividade profissional, valorizando esta importante atividade em nosso estado, principalmente entre os pequenos produtores rurais da agricultura familiar”, conclui.