Na palestra proferida por Luciano Roppa, na abertura da etapa Campo Grande do Circuito Feicorte 2013, o consultor disse que 40% da população mundial vivem em países cuja economia cresce ao menos 7% ao ano, portanto, quer-se qualidade dos pecuaristas, pois estão exigindo sustentabilidade, qualidade, garantia de origem e segurança.
“Esse consumidor está afetando o sistema produtivo. Na Europa, desde janeiro de 2013, galinhas poedeiras não podem mais ficar presas em gaiolas. Devem ser criadas soltas. O mesmo acontece com as suínas que estão prenhes. Elas precisam estar soltas”, ilustrou Roppa.
A pecuária brasileira corre atrás dos indicadores de produção que a colocarão como a principal atividade apta a suprir uma demanda crescente. É por essa exigência que os especialistas recomendam que os criadores de gado de corte se esforcem para ficar acima da média da produção de proteína bovina.
201 bilhões
De acordo com o titular da Roppa Consulting, além de intensificar a agropecuária dentro da porteira, o Brasil deveria investir ao menos R$ 201 bilhões em infraestrutura e logística para comportar o incremento de produtividade na próxima década.
Para o produtor, o que será obrigatório dentro de sua fazenda será aplicar tecnologia com inteligência, a mensuração de seus indicadores, a gestão de e a integração lavoura-pecuária como forme de diminuir os custos de produção de pastagens.
Biocombustível
Roppa detalhou o panorama mundial da produção de carne bovina, balizando as atividades pelas pressões de mercado. Entre elas, destaque para a concorrência com a produção de energia. “A produção de etanol de milho nos Estados Unidos mudou o mercado; 40% da produção total do cereal norte-americano [120 milhões de toneladas] deixaram de ser utilizados na alimentação animal para produzir biocombustível”, afirmou.
É por questões como essa que o estoque de grãos do mundo cai a um nível alarmante. A média dos últimos 25 anos é a formação de um estoque em torno de 25% do nível de consumo. Mas a seca em importantes regiões produtoras, e as novas destinações dos insumos, diminuíram os estoques de grãos para 16% em 2012, o menor da história.