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Rural Quarta-feira, 05 de Dezembro de 2007, 13:28 - A | A

Quarta-feira, 05 de Dezembro de 2007, 13h:28 - A | A

Pecuarista pede mais atenção à parte alta do Pantanal

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Jorge Katurchi, 81 anos, pecuarista e comerciante em Corumbá (MS), fez questão de manifestar neste fim de ano sua satisfação com o atendimento que tem recebido da Embrapa Pantanal. Ele aproveitou a oportunidade para pedir mais atenção à parte alta do Pantanal, a partir de conversas que teve com pequenos produtores e assentados desta região.

O pecuarista disse que acompanha os trabalhos da Unidade desde 1982. "Sempre fui muito bem atendido, da chefia à portaria", afirmou. Ele disse agradecer a Deus por todos os que lutaram para que a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), estivesse presente no município.

Segundo ele, além dos trabalhos desenvolvidos para o aumento da produtividade da pecuária local, são de extrema importância as pesquisas voltadas à preservação da flora, da fauna, dos recursos hídricos e pesqueiros do Pantanal.

"Também gostaria de aplaudir o intercâmbio técnico-científico que está sendo realizado com nossos irmãos bolivianos. É importante não só para Corumbá, mas para o Brasil e para o mundo, nessa época de adversidades políticas e de interesses econômicos". Para o pecuarista, esta parceria com o país vizinho permite levar e trazer conhecimentos. "É uma troca de experiências", afirma.

Jorge Katurchi também elogiou as pesquisas desenvolvidas sobre o rio Taquari, um dos mais comprometidos da região e que mais prejuízos têm causado à socioeconomia regional.

O comerciante disse ainda que gostaria que a Embrapa aumentasse o esforço de trabalho ou até mesmo que parte das pesquisas executadas na planície fosse realizada também na área do planalto, onde existem propriedades grandes e pequenas, além de assentamentos.

"Esses produtores precisam de orientação sobre coleta e contenção das águas de chuva e de sua reutilização", disse Katurchi. Também querem informações sobre a produção de adubos a partir de dejetos de animais, restos de vegetal e outros produtos, segundo ele.

"Análise de solo, reflorestamento para ver se os córregos que quase secaram voltam a correr, estudos de pastagens "temos diferentes tipos de terra por ali. Também seria importante aproveitarmos a bocaiúva, serigüela, goiaba, mamão, coco, manga, caju, carandá, acuri e leucena para a produção de ração para alimentar o gado, principalmente na época seca do ano".

O pecuarista afirma que, ao conversar com pequenos produtores da área, detectou que as principais necessidades são água, adubo e pasto. "Melhorando a qualidade de vida deles, melhora a parte financeira e eles terão mais acesso a saúde e formação escolar", afirmou. Para ele, o município também ganha com aumento na geração de renda.

Com um humor invejável, o pecuarista voltou a elogiar a atuação da Embrapa Pantanal, dizendo que sempre deixou a Unidade bem orientado quando procurou os técnicos. "Só falta me darem dinheiro", brincou.

O chefe-geral da Embrapa Pantanal, José Aníbal Comastri Filho, gostou da manifestação pública do pecuarista e disse que algumas ações já estão sendo desenvolvidas, especialmente junto aos assentamentos da parte alta de Corumbá.

Desde 2002 a Unidade iniciou trabalhos nos assentamentos da região, intensificando-os a partir de 2005 com novas contratações e ações voltadas à agricultura familiar.

Em 2006, com apoio da Petrobras, o pesquisador Frederico Lisita iniciou um trabalho de transferência de tecnologia aos assentados da parte alta para estimular a produção de feno e complementar a alimentação do gado leiteiro no período da seca. Neste ano, pelo menos 15 dias de campo foram realizados nos assentamentos para disseminar essas informações.

Comastri afirmou ainda que novos trabalhos envolvendo pequenos e médios produtores da parte alta de Corumbá deverão ser implantados pela Unidade no próximo ano. Também informou que a pecuária desenvolvida em propriedades localizadas fora da planície pantaneira, principalmente a pecuária leiteira, terá uma atenção especial dos técnicos que trabalham com este produto. (Com informações da Embrapa Pantanal)

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