Quarta-feira, 18 de Junho de 2008, 08h:37 -
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Pesquisadores e produtores de MS são atraídos para Minas
Redação Capital News (www.capitalnews.com.br) (DA)
O Norte de Minas recebeu na última semana um grupo de aproximadamente 12 pessoas entre técnicos, pesquisadores, assentados, pequenos produtores, extrativistas entre outros do estado do Mato Grosso do Sul para conhecer os trabalhos e pesquisas sobre o agroextrativismo regional. A visita organizada pelo Serviço de Política e Desenvolvimento Agropecuário da SFA/MS deste grupo, também chegou ao estado de São Paulo.
Conforme informou a O NORTE, o produtor Ari José de Souza, o objetivo da vinda ao Norte de Minas foi conhecer sistemas de produção alternativos e a realidade mercadológica que agrega valores aos produtos do agro extrativismo, como, amêndoas, óleos, farelos, polpas e frutas do cerrado como o Pequi, Bocaiúva e Murici.
A intenção é mostrar aos produtores do Estado bons exemplos seguidos por Cooperativas e Associações de outros Estados e aplicar os conhecimentos adquiridos em seus municípios de origem.
Segundo Ari, a experiência adquirida foi de extrema valia tendo em vista que será possível transmiti-la para os assentados e produtores
A primeira parte do roteiro das visitas técnicas foi cumprida na última terça (10) em Jales/SP, onde foram visitados dois pólos de produção, um de citrus (laranja, lima persa, poncã e limão) e outro de uvas Itália e Niagara na propriedade de Cristina Tondato.
Na última quinta-feira a equipe visitou a Cooperjap- Cooperativa de Produtores Rurais Catadores de Pequi de Japonvar.
O grupo ainda visitou as Cooperativas de Produtores de Riacho Dantas, e a Cooperativa Grande Sertão para conhecer o processo de extração do óleo de bocaiúva e seus derivados para a produção de óleos, shampo e sabonetes. Na Cooperativa Grande Sertão, a equipe de Mato Grosso do Sul conheceu as linhas de produção de frutas desidratadas, polpas, doces, rapaduras entre outros, com frutas orgânicas e provenientes do agro extrativismo.
Em Japonvar, de acordo com a equipe, se constatou uma boa preservação e recomposição da vegetação nativa do cerrado, facilitando o extrativismo sustentável, uma vez que os cultivos de subsistência e a pecuária de corte e leiteira são pouco expressivos na região em função dos solos de baixa fertilidade e da baixa quantidade de chuvas distribuídas durante o ano.
A Cooperjap existe oficialmente há dez anos e congrega 210 cooperados, atuando na produção de seis produtos derivados do Pequi como: Farelos, óleos, polpas, pequi em conserva e castanha de pequi desidratada, produtos estes largamente utilizados na culinária da Região Centro-Oeste, mas principalmente na culinária goiana e mineira.
PRODUTIVIDADE E GARGALOS
A produção anual da Cooperativa de Catadores de Pequi de Japonvar varia de 10 a 15 toneladas de Pequi por ano, sendo que a maior parte está sendo comercializada na forma de polpas e óleos, devidamente identificadas com rótulos próprios.
Durante o período de safra da fruta nativa, em média 60 dias, no período de dezembro a fevereiro, a região retira para outros centros consumidores o equivalente a dez caminhões dia, gerando renda extra de aproximadamente R$ 5 milhões por safra aos cooperados, segundo estimativas divulgadas pelo Sebrae-MG. Exportações experimentais já foram feitas para a Alemanha e Estados Unidos com ótimos preços, esbarrando apenas na oscilação de baixas produtividades.
A grande dificuldade dos cooperados de Japonvar veio neste ano, com a quebra de safra do Pequi, atribuída pelos técnicos da UFMG, a falta de chuvas na região, chegando a ficar aproximadamente um ano sem chuvas, aliado também aos problemas de manejo da cultura, que não responde muito bem a colheita forçada com varas, dos frutos verdoengos ou em estágio precoce de maturação.
Quando isso ocorre, diminui sensivelmente a produção do ano seguinte, segundo disse o presidente da Cooperjap, Antônio Alves dos Santos.
EQUIPE
A equipe do Mato Grosso do Sul é composta por doze pessoas, sendo, pequenos produtores de orgânicos dos municípios de Jaraguari, Porto Murtinho, Bela Vista e Ponta Porã (Assentamento Itamarati), pesquisadores, técnicos e estudantes da UCDB, Escola Família Agrícola de Campo Grande e da Superintendência Federal de Agricultura. (* com informações da SFA/MS). (Com Assessoria)